Motos Classicas 70 – Motostory Brasil https://d87.281.myftpupload.com A História da Motocicleta no Brasil Thu, 19 Oct 2017 18:14:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 https://d87.281.myftpupload.com/wp-content/uploads/2016/09/cropped-MOTOSTORY_LOGO_OLDIE2_MS2-32x32.jpg Motos Classicas 70 – Motostory Brasil https://d87.281.myftpupload.com 32 32 A FÚRIA DO PADEIRO https://d87.281.myftpupload.com/pt/a-furia-do-padeiro/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/a-furia-do-padeiro/#respond Thu, 19 Oct 2017 18:13:08 +0000 https://motostory.com.br/?p=1924 Por Josias Silveira

Publicado originalmente em Auto Entusiastas e autorizado a dividir com voce, fã do Motostory, pelo próprio autor.

Nota do Editor de Motostory: “Conheci Josias Silveira no final da década de 70, quando meu pai começou a frequentar a redação de Duas Rodas e a fazer parte de algumas reportagens sobre o fora de estrada. Na edição  de outubro de 1979 eles fizeram juntos uma reportagem sobre a prática do “Trail – Os passeios Fora de Estrada” lá em Alphaville, Barueri. Com eles na reportagem estavam o Carlinhos Bittencourt, o Bitencas, e o Julio Carone, ou Tio Julio. Era a primeira vez que o pai aparecia em uma reportagem de capa, impulsionada pela chegada da Yamaha TT 125 e da Honda FS 125, esta ultima criação do Eduardo Machado, o Dudu. Mas, estas são outras histórias. O fato é que o Motostory ganhou de presente um de meus primeiros mestres, o jornalista Josias Silveira, e suas deliciosas criações. Aproveitemos.

“Olhei pela janela e vi algo que viralizou, pelo menos em São Paulo. Um padeiro ambulante, que leva um enorme cesto de pães em uma moto. A padaria delivery também voltou a se popularizar com bicicletas, depois de décadas de desaparecimento.

Minha cabeça voltou no tempo, ainda mais que acabamos de passar o Dia das Crianças, e lembrei-me da minha primeira vez. Aliás, das minhas primeiras vezes. Fica calmo que o padeiro aparece lá pelo meio de mais esta história do Tio.

Depois de décadas de desaparecimento, voltou o padeiro delivery em muitas cidades – Fotos ilustrativas da Pinterest.com, por Josias Silveira

Eu era garoto, tinha uns 11 anos e morava em Curitiba (PR). Andava de bicicleta (e Curitiba tem muita pirambeira, morros para tudo quanto é lado) morrendo de inveja de quem tinha moto, Lambretta ou Vespa, já que as avós dos scooters atuais estavam na moda. Aliás Lambretta até hoje é o termo genérico para scooter, da mesma forma que Gillette é sinônimo de lâmina de barbear. Na subida, pedalando e suando como um cretino, sempre passava alguém com um motorzinho dois-tempos todo sorridente, jogando fumaça na minha cara. Eu sonhava em também ter um acelerador no punho direito.

Curitiba no final dos anos 1950: muitas Lambretta e Vespa nas ruas paranaenses – Fotos ilustrativas da Pinterest.com, por Josias Silveira

Um amigo tinha um irmão, um “velho” que tinha mais de 20 anos, já estudava medicina e tinha uma “noiva” bonitinha e bem pentelha. Mas, ele era nosso ídolo, pois andava de Lambretta (uma LD 125, acho que de 1957) com side-car. Claro que a “penta” da noiva não queria saber da garupa e obrigou o coitado a conseguir um side-car.

O cara era bem legal e ensinou eu e meu amigo a dirigir aquele trambolho. Ele era bem didático: explicava uma vez (e aquele manete esquerdo com embreagem e câmbio não é muito fácil de dominar) e a gente saía. Claro, com ele na garupa, sendo bem gentil e didático. Qualquer erro (deixar morrer na arrancada ou travar a roda traseira na frenagem e lá vinha um tapa na orelha. Método muito eficiente: o aprendizado foi relâmpago.

Claro que o prazer era limitado: o dono na garupa e aquela trolha do side-car eram mais que complicados de serem empurrados pelos modestos 5 cavalinhos do motor dois-tempos de 150 cm³.

Lambretta LD 150 com side-car: rara e bonita, mas complicada de pilotar – Fotos ilustrativas da Pinterest.com, por Josias Silveira

 

Logo descobri que as curvas para a esquerda eram muito mais emocionantes, pois dava para deitar a Lambrettinha e o side-car saia do chão, tirando a roda do asfalto. A manobra ousada sempre valia o tapão que eu levava na orelha, logo depois da curva.

Já virar para a direita era um lixo. O side atrapalhava e a curva era “quadrada”, com o scooter tentando inclinar e sendo travado pela trolha lateral.

Ou seja, desde a infância descobri que três pontos definem um plano e três rodas definem o pior tipo de veículo que existe. Qualquer encrenca com três rodas — incluindo todos os tipos de triciclo — reúne todos os defeitos de carros e motos em um único veiculo.

Mesmo com os curtos passeios dominicais de Lambretta emprestada, meu sonho aos 11 anos de idade era sair sozinho, pilotar sem side-car, sem tapa na orelha, equilibrando sobre duas rodas e deitando nas curvas.

Aí lembrei do padeiro. Naquela época (final do anos 1950), as casas tinham uma “caixa de correio” ampliada: tinha lugar para a correspondência e também outra grande caixas para pão e leite. Toda manhã, lá estava o pão e uma garrafa de vidro grosso com leite.

Às 6h da manhã, lá vinha o padeiro com sua Lambretta Standard, a 150 D (foto de abertura) um modelo “pelado” mais usado para o trabalho. Era meio desprezado naqueles tempos e hoje é o modelo mais valorizado para coleção. No caso do “meu” padeiro, havia uma enorme caixa de alumínio no lugar do banco e estepe traseiro, que se estendia pelas laterais.

Comecei a estudar a rotina do padeiro. Levantava antes das 6h só para observar seu MO (Modus Operandi). Ele chegava, encostava a Lambretta na calçada, deixava o motorzinho em marcha-lenta, pegava um monte de pães e andava uns 40/50 metros para trás, entregando em cada casa.

Bolei o plano perfeito.

Fiquei escondido atrás do portão, esperei o padeiro ir até a casa mais distante com as mão cheias e “roubei” a Lambrettinha…

Ela já estava funcionando, sentei rapidinho, engatei primeira e acelerei. Só escutei um berro de “Piá filho da pu…” (em curitibanês, piá é sinônimo de moleque). O padeiro saiu correndo atrás, mas já era tarde… Em êxtase, dei a melhor volta no quarteirão da minha vida, deitando a Lambrettinha nas curvas até a caixa de pães raspar no chão. Nos buracos, escutava os pães voando dentro da caixa de alumínio.

Deixei a Lambretta uns 50 metros antes do local que ela estava estacionada, bem a tempo de ver o padeiro virar a esquina de volta, com a língua de fora, depois de correr inutilmente atrás de seu “ganha-pão roubado” (desculpem o trocadalho).

Consegui roubar a Lambretta mais uma vez, depois de uma semana, mas o padeiro ficou esperto. Passou a desligar o motor quando parava perto de casa. A chave servia para trancar o guidão e havia um botão só para desligar. Para funcionar o motorzinho, era só pisar no pedal. E ele não travava o guidão.

Tentei o terceiro roubo. Esperei ele se distanciar, corri para a Lambretta e pisei no pedal. “Desgraçado, deixou engatada”. Enquanto eu achava o ponto morto e pisava desesperado no pedal, o padeiro veio correndo…

Corri mais, levei um pão certeiro na cabeça e escutei: “Piá sem-vergonha, vou contar pra sua mãe”. Contou.

Voltei da escola com cara confiante e, na hora do almoço, minha mãe abre o assunto:

“Você acredita que o padeiro veio reclamar de você. Disse que você anda roubando a Lambretta dele para dar voltas no quarteirão”.

Não neguei. Minha cara de pau não chegava a tanto, senão eu teria me tornado um político. Apenas perguntei: “a senhora acha que eu faria uma coisa dessas?”

Minha santa mãe me olhou , olhou nos meus olhos e sentenciou:

“Eu sempre achei que esse padeiro é meio maluquinho mesmo… Como ele foi inventar uma coisa dessas. Você nem sabe dirigir uma Lambretta”.

Que Deus a tenha e abençoe tanto a ela como ao coitado do padeiro, que também já deve estar em outro plano espiritual.

Para matar a saudade, nada como a minha Vespa Super dos anos 1970 – Foto Josias Silveira

Nota do Tio Escriba: Esta é uma história real, um pequeno retrato de tempos mais amenos e felizes. A gente levava uns cascudos, sabia que merecia… e se divertia muito. Exatamente por isso, continua tendo um prazer enorme em rodar com scooters ou com minha velha Vespa. Fotos ilustrativas da Pinterest.com, exceto a da minha Vespa Super dos anos 1970 que era 150, mas virou 200.

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Barra muito Bonita PNT-TT https://d87.281.myftpupload.com/pt/barra-muito-bonita-pnt-tt/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/barra-muito-bonita-pnt-tt/#respond Wed, 21 Jun 2017 18:52:34 +0000 https://motostory.com.br/?p=1583 O feriado passado ficou marcado pela realização da quarta edição do Pé na Tábua TT (Tira Teima) em Barra Bonita. O evento, organizado por Tiago Songa, seu irmão e um grupo de abnegados entusiastas das motocicletas antigas está se transformando em um dos mais divertidos encontros de restauradores e colecionadores de motocicletas antigas. Divertido e rico em exemplares espetaculares, sorrisos largos e muita camaradagem. Barra Bonita, localizada às margens do Rio Tietê, no oeste do Estado de São Paulo é muito longe, dizem alguns. Talvez seja, talvez não, mas a distância dos grandes centros ajuda a manter o evento “familiar”, atrai a população local e das cidades vizinhas, os turistas que vão conhecer a Eclusa do Tietê, mas principalmente, alguns dos principais colecionadores do pais e suas raras motocicletas.

 

A raríssima e estonteante DKW 1927 da coleção de Orbio Max Borba – Foto Miguel Costa Jr. / MotoStory

A base do evento é a ideia protagonizada por Tiago e sua trupe, que começaram a fazer, anos atrás, um divertido desafio de carros antigos, instigando colecionadores a colocarem suas joias em uma competição. Informal, divertida, as provas incluem velocidade, regularidade e, no caso dos carros, uma competição dos “mais lentos”. Acontece que, muitos dos que gostam de carros antigos gostam também de motocicleta. Assim, em um evento antes apenas de automóveis clássicos nasceu o primeiro desafio de motocicletas, o TT, ou Tira Teima. O sucesso foi tamanho que já no segundo ano foi preciso separar os temas carro e moto.

Homenagens

Desde sua segunda edição, já separado dos carros,  que o PNT-TT elege um tema, uma marca a ser homenageada, incentivando colecionadores a trazerem para os olhos do público exemplares raríssimos, em sua maioria pertencentes a fechadas coleções particulares.

Pé na Tábua TT em Barra Bonita homenageou A centenária marca alemã Zundapp – Foto: Miguel Costa Jr. / Motostory

Este ano a marca homenageada foi a alemã Zundapp, que completa exatos 100 anos desde sua fundação justamente em 2017.

Pé na Tábua TT em Barra Bonita homenageou A centenária marca alemã Zundapp – Foto: Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Para celebrar a data o Motostory – A História da Motocicleta no Brasil – também estava lá, reforçando a importância da recuperação da memória dos personagens que ajudaram a construir o nosso mercado. Personagens do esporte mais uma vez foram lembrados e tiveram suas imagens expostas tanto no pavilhão como na pista.

Hall da Fama do Motociclismo Brasileiro: Nossos ídolos jamais serão esquecidos. Foto Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Nossos ídolos jamais serão esquecidos: Carlão Coachman, precursor do Trial no Brasil e ex-dirigente do motociclismo brasileiro – Foto: Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Hall da Fama: Edmar Ferreira, Gualtiero e Paolo Tognocchi, Walter Tucano Barchi

 

Walter Tucano Barchi exposto no Kartódromo de Barra Bonita durante o Pé na Tábua TT – Foto Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Realizamos também a pré-estréia do Motostory Collection, com as camisetas com estampas dos Ídolos do Motociclismo, o Hall da Fama, e a linha de Anúncios Antigos Brasileiros, além de moletom e bonés.

Pop Up Store do Motostory Collection presente no Pé Na Tábua, realizando a pré-estréia das Coleções Hall da Fama e Anúncios Antigos Brasil – Foto Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Boné Motostory Snapback Perforated Aba Reta – Foto Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Bonés Motostory Collection – Foto Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Outro destaque do Motostory Collection é a linha de produtos femininos, especialmente criada para atender a demanda crescente das mulheres: a moda tendo motocicletas como tema. Inicialmente a coleção feminina apresenta camisetas baby look, ombro caído e regatão, além do moletom para aquecer o inverno que começa hoje. Em breve novos modelos serão apresentados pensados exclusivamente para a mulher brasileira.

Modelo de camiseta “Ombro Caído” da coleção Motostory Anúncios Antigos Brasileiros – Foto Wel Calandria / Frame Studio / Motostory

 

Moletom Motostory masculino e feminino fazem parte da nova coleção – Foto Wel Calandria / Frame Studio / Motostory

 

São produtos de qualidade, desenhados e confeccionados especialmente para o Motostory Collection. A linha completa estará à venda em breve através do E-Commerce www.motostoryshop.com.br (ainda em construção), também em algumas lojas e eventos.

 

Além das roupas, o Motostory expôs também a Montesa Cota 247 de 1974 com a qual Carlão Coachman, um dos pioneiros do Trial no Brasil, praticava seu esporte predileto.

 

A Montesa Cota 247 de 1974 com a qual Carlão Coachman deu início à pratica do Trial no Brasil – Foto Miguel Costa Jr. / Motostory

 

Agradecimentos:

Pé na Tábua TT: Erick e Katia, Tiago Songa, Vinicius Caires, Justiniano Proença, Jairo Portilho, Hadys Jurassic, Rodrigo Aragão, Dimas de Mello Pimenta II, Orbio Max Borba, Robson Pauli

Fotógrafos Wel Calandria e Miguel Costa Jr

Realização: Motostory – A História da Motocicleta no Brasil

Patrocinio: COBREQ

Co-Patrocinio: RIFFEL e ALEMÃO PNEUS

Apoio: CBM, FPM, Old Cycle, SHEZ Fotografia, Sampafotos, Museu da Moto de Tiradentes, Motorani, Tayo, Você Merece, Motos Classicas 70, Mascotinha Rider e Abelha, Boi Motos, Sensei Preparação, Sig Visual, Ci & Ci Delicias, Classic Riders Brasil, ICGP Brasil, MotorsCompany, Tec Moto, Moto Remaza, Feltrin Motosport, Honda Pro Link, Frame Studio, Museu Duas Rodas

 

 

 

 

 

 

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O Super Homem e a GPZ https://d87.281.myftpupload.com/pt/o-super-homem-e-a-gpz/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/o-super-homem-e-a-gpz/#respond Fri, 31 Mar 2017 12:24:00 +0000 https://motostory.com.br/?p=1462 Texto: (brilhante) de Gabriel Marazzi, o Clark Kent do jornalismo especializado

 

O ano era 1982. Eu havia acabado de me formar em engenharia e dava início à minha dupla jornada de trabalho, acumulando as funções de jornalista, que havia começado em 1976, com o trabalho da minha nova profissão. Alguns amigos brincavam dizendo que eu tinha vida dupla, como os super heróis ou os agentes secretos de filmes, mas isso era meio exagero. O fato é que isso dura até os dias de hoje.

 

Meu primeiro emprego de verdade como engenheiro, sem contar alguns estágios e uma primeira experiência de apenas um mês, foi na construtora do Chiquinho, um empresário da noite que também era engenheiro. Outro personagem de vida dupla, que mais tarde se tornaria meu amigo. Certa vez ele me contou o porquê de ter escolhido o meu currículo, entre centenas de outros (estávamos atravessando a pior crise do setor, os engenheiros que se formavam iam, em peso, trabalhar em bancos): Chiquinho havia feito o primário e o ginásio no Liceu Coração de Jesus, tradicional colégio salesiano no bairro paulistano do Bom Retiro. Assim como eu.

 

Fiquei algum tempo como Clark Kent, escondendo o alter ego de Super Homem, para que meu novo chefe não me mandasse embora. Sim, testar motocicletas, para um jovem como eu, naquela época, poderia ser comparado a voar por aí de colant azul e capa vermelha. E com a cueca pra fora da calça.

 

Enquanto isso, do outro lado da cidade, o setor de motocicletas nacionais ainda estava começando e não tínhamos nada mais empolgante do que a Honda CB 400 para testar na revista Duas Rodas. As revistas gringas e os folhetos de motocicletas estrangeiras que chegavam na redação nos deixavam ainda mais frustrados com essa realidade. Esse material me fez conhecer, entre outras maravilhas, a novíssima Kawasaki GPz 1100, super motocicleta que inaugurava a era das injeções eletrônicas de gasolina confiáveis.

Foto Gabriel Marazzi – Motor DOHC de 4 cilindros, refrigerado a ar e com radiador de óleo.

Eu faria qualquer coisa para experimentar uma motocicleta dessas, até arrumar outro emprego. Foi o que aconteceu, um dia, no meu ooooooooutro trabalho, Chiquinho, que sempre desfilava com automóveis nacionais recém-lançados (o primeiro Chevrolet Monza hatch que eu vi na rua era dele), chegou no escritório com uma reluzente Kawasaki GPz 1100. Reluzente era apenas forma de expressão, já que a moto esbanjava outra novidade, o cromo preto (essa era a GPz 1100 II, pois a primeira versão, de 1981, ainda tinha os componentes escurecidos pintados com tinta preta, como o motor e os escapamentos).

Foto Gabriel Marazzi – Motor e escapamentos pintados de preto fosco na B1

Como fazer para andar nessa motocicleta? A turma da revista iria pirar (esse termo nem existia, na época). Não poderia simplesmente dizer “chefe, me empresta tua moto pra uma voltinha? Ou quem sabe uma voltona, com direito a sessão de fotos pra uma revista?”. Era hora de revelar minha verdadeira identidade, mostrando a carteirinha de jornalista vinda diretamente do planeta Krypton.

Foto Gabriel Marazzi – Três freios a disco e suspensão traseira com dois amortecedores.

Deu certo. Surpreso, Chiquinho não só gostou da ideia, afinal, a sua motocicleta iria aparecer na revista Duas Rodas, como se tornou meu amigo. E lá fui eu com meu macacão vermelho e branco (só faltou a capa azul) fazer uns cliques com o Mario Bock. Foi publicado no Planeta Diário de abril de 1983.

 

Abertura da avaliação feita para a Revista Duas Rodas de abril de 1983

 

Nesta imagem podemos ver bem as diferenças entre a GPz B1 e a B2

A motocicleta

A grande sacada da nova Kawasaki GPz 1100 era a injeção eletrônica de gasolina, algo impensável para nós, brasileiros, inclusive para automóveis. Diferentemente do que se propagou, essa não foi era a primeira motocicleta a ter injeção eletrônica, já que no ano anterior, em 1980, a Kawasaki produziu as últimas versões da Z1000, modelo de grande sucesso da marca, com exatamente esse sistema analógico de injeção eletrônica, da Bosch.

 

A importância da Z1000 foi enorme, pois foi a sua antecessora, a Z900, que desbancou a Honda CB 750 Four de seu lugar no mais alto pedestal das motocicletas. A Z900, mais conhecida entre nós como “Kawasaki 900”, foi produzida de 1972 a 1976, sendo substituída pela Z1000 em 1977, que durou até 1980, esta última já com injeção. E você já viu essa moto por aí: era a motocicleta pilotada pelo policial australiano Goose, do primeiro filme do Mad Max, uma Kawasaki Z1000 1977.

Foto Ricardo Pupo / Motos Classicas 70 – Para os padrões dos anos 80, a GPz era grande porém de fácil condução.

Bem, voltemos à Kawasaki GPz. A GPz 1100 B1, de 1981, tinha motor e outros componentes pintados de preto fosco e injeção eletrônica analógica. A moto do Chiquinho era a GPz 1100 B2, de 1982, que ganhou muitas melhorias, a começar pela injeção eletrônica digital, que trocou o medidor de fluxo de ar mecânico anterior por sensores eletrônicos, incluindo um sensor de posição do acelerador. A potencia não aumentou muito por causa disso, passou de 108 cv para 109 cv, o que já era muito para a época, mas o funcionamento da injeção ficou mais preciso.

Foto Ricardo Pupo / Motos Classicas 70 – Na avaliação, a GPz foi considerada confortável e ergonômica.

No visual, a GPZ 1100 B2 também evoluiu, em relação à B1. Motor e escapamentos ganharam o moderno tratamento de cromo preto e uma pequena carenagem cobriu o farol e o painel de instrumentos. Este, por sua vez, ficou mais elegante e passou a ter marcador de combustível de cristal liquido, para acompanhar a injeção digital. É que os relógios do painel também mostravam um pouco da nova tecnologia que surgia na época. Na B1, o voltímetro era convencional, analógico, com um ponteiro magnético, enquanto que a B2 tinha um segredinho: um botão no painel transformava o conta-giros em voltímetro.

Foto Gabriel Marazzi – O painel de instrumentos da GPz B1 ainda era analógico

Naqueles tempos as pequenas baterias das motocicletas não eram tão confiáveis, de forma que essas novas motocicletas equipadas com sistemas eletrônicos podiam deixar o usuário “na mão”, caso elas apresentassem um defeito inesperado, por isso o voltímetro era tão importante.

Foto Gabriel Marazzi – Era uma das motocicletas mais bonitas do mundo, em sua época.

Na minha avaliação para a revista Duas Rodas, de abril de 1983, o tom é de um pouco de entusiasmo com a bela GPz 1100, inclusive na descrição de detalhes que hoje são corriqueiros mesmo em motocicletas populares de baixa cilindrada. É que essa Kawa, para aquele momento, realmente era o supra-sumo das motocicletas, mesmo em relação às melhores motocicletas disponíveis no mercado mundial.

 

Trinta e cinco anos depois

 

Aqueles longínquos anos 80 foram cruéis para quem gostava de boas motocicletas. Com as importações proibidas, eram bem poucas as motos que conseguiam entrar no pais, legalmente ou não. Por isso o entusiasmo todas as vezes que tínhamos acesso a uma delas.

Foto Gabriel Marazzi – Pintura com grafismo simplório mas elegante.

Ainda hoje esses modelos dos anos 80 são mais raros, pelo mesmo motivo, mas a atual onda retrô, que também chagou às motos, está fazendo com que algumas dessas raridades perdidas por aí voltem aos olhos do público. É o caso da Kawasaki GPz 1100 B1 de 1981 do colecionador Ricardo Pupo, que nos “emprestou” sua motocicleta para umas fotos. É claro que não foi possível fazer um teste com a moto, por se tratar de um item de 35 anos e também porque o dono estava “de olho”. Mas foi possível relembrar o passado, da época em que tudo era menos tecnológico, porém tudo era mais empolgante. Não cabe aqui uma comparação com as motocicletas atuais, afinal, passaram-se mais de 35 anos, mas ainda dá para sentir, na pilotagem, que se tratava de uma motocicleta muito especial. Compare as fotos feitas com a GPz B1 com as fotos publicadas na revista.

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MotosClassicas 70 apresenta Honda 440 Projeto H https://d87.281.myftpupload.com/pt/motosclassicas-70-apresenta-honda-440-projeto-h/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/motosclassicas-70-apresenta-honda-440-projeto-h/#respond Fri, 24 Feb 2017 15:03:31 +0000 https://motostory.com.br/?p=1322 Mais uma motocicleta clássica nacional está revivendo. O projeto, criado na década de 80 pela revenda Honda Projeto H foi como um colírio para os olhos de que buscava mais esportividade nas originais CB 400. A Projeto H era capitaneada por Gabriel Junqueira, e tinha entre seus colaboradores o então piloto José Cohen, que além de representar a revenda nas pistas, dividia sua experiência com os clientes durante os dias da semana. Outro personagem desta história é o consagrado jornalista Caio Moraes, que também já confirmou presença no evento.

A Honda CB 440 de 1983 foi preparada pelo Projeto H, uma das principais revendas Honda da época. Foto Motos Classicas 70

A Projeto H era uma das mais criativas revendas Honda da época, e olha que era preciso ser, pois seus principais concorrentes dentro da própria rede Honda eram gente de peso. O PH criou alguns destes modelos únicos, que tinham pintura especial e vários detalhes de preparação.

O piloto José Cohen participou da criação da Honda CB 440 Projeto H – Foto Motos Classicas 70 / Reprodução Revista Moto – Editora Abril

Na mesma época (pouco antes) Gabriel e Cohen apresentaram também uma Honda XL 300 Projeto H, que tinha como base a XL 250 R original, mas era equipada com o desejado kit Muggen ficava na Av. Pres. Juscelino Kubitschek. A moto foi capa da revista Duas Rodas de dezembro de 1982, e o pilotos éramos eu (Carlãozinho Coachman) e o Gabriel Marazzi, como já publiquei aqui. Ao retirar a moto na revenda, Junqueira e Cohen foram enfáticos: “Cuidado, por favor, esta é a primeira e única que está pronta, e vamos fotografar para fazer um anúncio em seguida.!” – “Fiquem tranquilos!” respondi.

Carlãozinho é capa da edição de dezembro de 1982 da revista Duas Rodas com a Honda XL 300 Projeto H, a mesma em que publicaram a reportagem a respeito do dr. Carlão, dentista e “treieiro.”

Acontece que Alphaville (nosso playground off road na época), estava seco e sem graça. As fotos não rendiam o visual desejado. Olhei para o Mario Bock e disse: “Vou passar naquela poça d’água derrapando e a você faz a foto. Veja se acerta de primeira pois tem pouca água e vou jogar tudo para fora.”

A Mugen é até hoje uma especialista em preparação de veículos Honda.

O Mário “fora de foco” Bock acertou uma belíssima foto que acabou sendo capa daquela edição. Mas, o que a foto não mostra é que eu caí assim que saí da poça e por pouco não atropelei o próprio Mario. A foto na capa amenizou a bronca quando fui devolver a 300 com um pequeno amassado no tanque.

A North Coast Custom, do artista Jorge Luiz Perna foi a responsável pelo projeto de restauração.

Esta é apenas uma das muitas histórias protagonizadas pelo Projeto H. Quer saber tudo sobre a Honda CB 440 de Ricardo Pupo, do Motos Clássicas 70, (www.motosclassicas70.com.br) recuperada pelo artista, Jorge Luiz Perna, da North Coast Custom?

Motos Clássicas 70 é uma referencia quando o assunto é história das motos no Brasil

Então não perca o encontro que vai acontecer no bar LM09, do jornalista e piloto Leandro Mello, e que fica na Avenida Lavandisca, 519, Moema, São Paulo. Apareça!

O bar LM09 tem entre os sócios o conhecido piloto e jornalista Leandro Mello, e tem as motocicletas como tema principal.
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Homenagem Motostory / ICGP Brasil https://d87.281.myftpupload.com/pt/homenagem-motostory-icgp-brasil-2/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/homenagem-motostory-icgp-brasil-2/#respond Mon, 24 Oct 2016 12:23:38 +0000 https://motostory.com.br/?p=1033 O resgate da história da motocicleta no Brasil e o reconhecimento daqueles que fizeram a história acontecer. Este sempre foi o propósito maior do projeto Motostory. Em outubro de 2016 aconteceu no Brasil a última etapa do ICGP, ou International Classic Grand Prix. O evento, organizado pelo francês Eric Saul, ele mesmo um vencedor de etapa do Mundial, reúne as motocicletas que marcaram época entre os anos de 1970 a final de 1980. A etapa brasileira do evento, batizada de ICGP Brasil, foi organizada por Bob Keller, ele também um piloto do ICGP, colecionador de motos clássicas de corrida e, entre outras coisas, responsável pela introdução da Porsche Cup no Brasil.

Bob Keller, o idealizador do ICGP Brasil – Foto Eduardo Ibañez / ICGP Brasil

A associação do ICGP Brasil com o Motostory para a realização das homenagens em Goiânia parecia natural. “Eu já acompanhava o trabalho feito pelo Carlãozinho com o Motostory e achei que podíamos juntar forças para as homenagens em Goiânia. Foram homenageados nossos inesquecíveis heróis das pistas, da época de ouro da motovelocidade brasileira. Foi ótimo fazermos juntos. Conseguimos levar a Goiânia algumas personalidades marcantes da nossa história.” disse Bob Keller pouco depois do evento.

Homenagem ICGP Brasil e Motostory aos TZudos, em Goiânia, 23 de outubro de 2016. Na foto aparecem, da esquerda para a direita: As filhas de Adu Celso, Gabi e Carol, Luiz Senise acompanha Edgard Soares (Neto), Roberto Boettcher, Edmar Ferreira, Marco Greco, Milton Cigano Adib, Cristiano Vieira, Bob Keller (ICGP) Sidão Scigliano, Jacinto Sarachú, Lucílio Baumer, Kurt Feichtenberger, Julio Castroviejo representado o pai Paulinho, e Othon Russo. Foto Heraldo Galan / ICGP Brasil / Motostory

 

Tudo começou alguns meses antes, sem mesmo termos em mãos todas as confirmações necessárias. O que oferecer, como realizar a homenagem, quem apoiaria a iniciativa, quais pilotos ou familiares poderiam estar presentes, tudo definido e realizado por um pequeno grupo de abnegados. Nomes importantes não puderam estar presentes, pelos mais diversos motivos. Outros conseguiram alterar suas agendas para garantir presença. “Não perco isso por nada,”  – garantiu Cigano meses antes da prova. Maisa, sua esposa e companheira de vida confirmou: “O Milton ficou louco. Parou de fumar, resolveu perder peso e até foi para a academia, tudo o que eu vinha pedindo a ele há anos, aconteceu num piscar de olhos.”

Cigano: piloto aos 70 anos – Foto Eduardo Ibañez / ICGP Brasil

Além de podermos ver novamente na pista gente do calibre de Marco Greco, O Lagartixa, Cigano, Sidão Scigliano, Roberto Boettcher, Othon Russo e Edmar Ferreira, ainda tivemos a honra de receber Lucílio Baumer, Kurt Feichtenberger, Jacinto Sarachu, que veio do Uruguai especialmente para o evento, Miguel Panades, Francisco Moreno, o Paco, Marcelo Peixoto… alias, aqui faço um parenteses:

(Marcelo Peixoto é um dos mais competentes mecânicos / preparadores / restauradores da nova geração. Treinado pelas principais marcas de motocicletas do mundo, é o responsável pela oficina Tec Motors, parceira da MotorsCompany e preparador da Yamaha R1 Campeã das 500 Milhas de Interlagos em 2016, pilotada por Leandro Mello e Alan Douglas. Em Goiânia, diante de gente como Paco e Sarachú, Peixoto parecia uma criança deslumbrada olhando seus ídolos.)

Jacinto Sarachú, de costas, é tietado por Marcelo Peixoto (boné bege Motostory), Tec Motors / Motors Company – Foto Carlãozinho Coachman / Motostory

Foi um final de semana marcado pela emoção, do início ao fim. Primeiro, a emoção de retornar a Goiânia para ouvir o som das motocicletas 2 tempos mais uma vez depois de décadas… sentir aquele perfume de óleo misturado à gasolina especial… ver novamente as motos rasgarem a reta de quase 1 km gritando… encontrar nossos ídolos ou seus familiares… ouvir lembranças, ver e ter lágrimas escorrendo no rosto…

 

Edmar Ferreira emocionado ao encontrar com Carol Santos, filha do amigo e companheiro das pistas Adu Celso – Foto Eduardo Ibañez / ICGP Brasil

 

Em Goiânia, muitos e muitos anos atrás, fui apresentado a Kenny Roberts (The King), por outra lenda em termos de preparação: Masaharu Tanigawa, o Tani. Ganhei um boné assinado pelo King que infelizmente perdi ao longo da vida. Mas, o simples fato de pisar uma vez mais em Goiânia para ver e ouvir aquelas motos… “engasguei de novo!”

Tato Velludo deslumbrado em Goiânia, durante o ICGP Brasil 2016. A TZ com o mítico 9 de Gualtiero Tognocchi e a camiseta do Tucano – Foto Alexandre Heredia Seixas

Tato Velludo, grande piloto e preparador, também foi a Goiânia. Ligou antes para se certificar de que conseguiria estar no box: “Pode vir Tato, o evento é pequeno ainda, e nosso. Todos os que amam este esporte e entendem o significado deste evento são bem vindos, ainda mais alguém com a sua Motostory.” Ai, a surpresa: “Trouxe isso para você. Uma bota de Eddy Lawson! Calma, antes que você fale qualquer coisa, esta bota ele me deu aqui mesmo em Goiânia, durante o GP… o outro pé não sei para quem ele deu. É do Motostory agora!”

 

A bota de Eddy Lawson usada em Goiânia nos anos 80, foi um presente de Tato Velludo ao Motostory – Foto Carlãozinho Coachman / Motostory

As corridas foram emocionantes, como deveriam ser, e a performance de nossos pilotos foi memorável. Othon “Voador” Russo entrou numa epopeia para conseguir recuperar sua TZ em tempo de estar no evento. Durante os dois dias de treinos, quase enlouqueceu para fazê-la funcionar direito. “Não vou desistir não. Eu vim até aqui! Ela vai andar nem que seja um pouco!” Perseverante e lutador incansável, conseguiu realizar o sonho de pilotar sua moto em Goiânia.

Celebração pelo pódio de Boettcher na segunda bateria em Goiânia, com Othon Russo e Kurt Feichtenberger – Foto Eduardo Ibañez / ICGP Brasil

 

Os herdeiros

 

Se alguém ainda não tinha derrubado uma lágrima, foi praticamente impossível resistir à presença dos herdeiros de Edgard Soares, Paulinho Castroviejo  e Adu Celso. Para os pilotos que conviveram com eles, poder conhecer ou reencontrar com filhos e netos foi impagável. Edgard Soares Neto, acompanhado do tio Luiz Senise, foram a Goiânia e fizeram questão de empunhar a flâmula com a imagem do 46 mais importante da nossa história.

Edgard Soares Neto e Luiz Gustavo Senise seguram a Wind Flad da lenda Edgard Soares – ICGP Brasil 2016 – Foto Carlãozinho Coachman / Motostory

 

Julio Castroviejo, filho da Sonia e do Paulinho, ele também um piloto, foi a Goiânia receber uma medalha em nome dele. Chorou de emoção ao ver de perto a Ducati 750 que foi de seu pai, lindamente restaurada por Toninho Lopes e sua equipe.

 

Julio Castroviejo foi a Goiânia receber a homenagem em nome do pai, Paulinho Castroviejo – Foto Acervo pessoal

 

As filhas de Adu Celso, Gabi Neves e Carol Santos estiveram em Goiânia acompanhadas da mãe, Zinda. Gabi ainda levou o marido Alexandre Hell e o filho João, neto de Adu… sei que a língua portuguesa é repleta de palavras maravilhosas, mas é nesta hora que elas desaparecem da nossa mente. É difícil traduzir em palavras os sentimentos vividos naquele dia.

 

Gabi Neves, filha de Adu Celso, com o filho João, neto do nosso campeão, admirando a moto com a qual Adu brilhou nas pistas. Foto Acervo pessoal.

 

Ao final a certeza de que, se ainda não atingimos o patamar desejado em nosso trabalho, nem na captação das histórias, nem nas homenagens feitas, estamos definitivamente no caminho certo. Histórias antes esquecidas estão sendo propagadas pelos meios e eventos especializados… e este é o nosso papel.

 

Motostory agradece a confiança do ICGP Brasil, de pilotos, personagens e familiares.

 

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Motostory e ICGP em Goiânia https://d87.281.myftpupload.com/pt/motostory-e-icgp-em-goiania/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/motostory-e-icgp-em-goiania/#respond Sun, 23 Oct 2016 17:45:17 +0000 https://motostory.com.br/?p=1050 Veja a galeria de fotos do final de semana de homenagens Motostory e  International Classic Grand Prix Brasil realizadas em Goiânia, em outubro de 2016.

 

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Encontros Motostory: Os TZudos https://d87.281.myftpupload.com/pt/encontros-motostory-os-tzudos/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/encontros-motostory-os-tzudos/#respond Wed, 07 Sep 2016 11:33:15 +0000 https://motostory.com.br/?p=982 A Geração de Ouro da Motovelocidade Brasileira em mais um encontro memorável. O nome os TZudos surgiu como uma brincadeira entre a famosa designação das Yamaha de corrida das décadas de 70 e 80, as TZs, e seus pilotos, verdadeiros ídolos e galãs de uma geração. Seus principais nomes participaram de campanhas publicitárias, estampavam capas de jornais e eram modelos para ensaios de moda. Eram ou não eram?

Denisio Casarini estrelando anuncio dos cigarros Hollywood na década de 70 (Acervo pessoal / Motostory)

 

Antecipando a realização do ICGP Brasil, ou, International Classic Brasil, uma etapa do Campeonato Mundial de Clássicas de GP, o Motostory realizou mais um Encontro em São Paulo, desta vez no conhecido bar Johnnie Wash, do amigo Ricardo Medrano. O Arranjo para a realização do evento no local foi coordenado por Marcelo Abelha e Cinthia Morales (Mascotinha e Abelha), Embaixadores Motostory.

 

Embaixadores Motostory Cinthia Morales e Marcelo Abelha. Mascotinha Rider e Abelha: Foto acervo pessoal Cinthia

Uma geração de pilotos que teve início ainda no final da década de 60 e início dos anos 70, com gente do calibre de Edgard Soares, nesta altura um consagradíssimo ex-piloto, que montou uma das primeiras equipes Yamaha com pilotos incríveis.

Encontro Motostory: Os TZudos – Edgard Soares (In Memorian) e sua equipe

 

Paolo e Gualtiero Tognocchi, Carlos “Jacaré” Pavan, e os aclamados Denisio Casarini e Walter “Tucano” Barchi,  Adu Celso (primeiro brasileiro a vencer uma etapa do Mundial de Motovelocidade), Zeca Casarini, Milton Benite, Marco Antonio Greco, Antonio Bernardo Neto, Antonio Jorge Neto, Paulinho Castroviejo, Zezo Pontichelli, Claudio Girotto Filho, Carlos Jacaré Pavan, Othon Russo, Delmar Contra Pino Miniz, Mario Hélio Sanctos, Antonio Claret Costa, Ubiratan Rios, Birigui, Luiz Celso Gianinni, Tetsunori Inada, Boca Damineli, Sidão Scigliano, MiltonCigano Adib, Lucilio Baumer, Edmar Ferreira, Santo Feltrin, Adilson Cajurú Magalhães, até o surgimento de Alex Barros, último fruto desta linhagem de grandes pilotos.

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Paulo Sergio Castroviejo (In Memorian)

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Foto Classic Riders Brasil / Motostory

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Tucano, Barros e Cajuru – Foto Classic Riders Brasil / Motostory

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Baumer, Cigano e Tognocchi – Foto Classic Riders Brasil / Motostory

 

Além das grandes estrelas presentes, também motos raras abrilhantaram a noite graças à generosidade de Alexandre Zaninotto (Honda Remaza) e Bob Keller (ICGP Brasil).

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Bob Keller e suas jóias, as TZ de Adu Celso e Lucílio Baumer – Foto Classic Riders Brasil / Motostory

 

Existe um ditado que diz: “Quem tem amigo, não morre pagão.” Faço uso deste para agradecer os clicks geniais de três grandes fotografos e amigos que estiveram no evento e nos cederam seus materiais (foto e Vídeo) Wel Calandria (Classic Riders Brasil), Haroldo Nogueira (SHEZ Fotografia) e Luciano Sampaio (Sampafotos). Sem eles não teríamos estas magníficas imagens daquela noite memorável para mostrar.

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Luciano Sampaio (Sampafotos) e Suzane Carvalho – Foto Classic Riders Brasil / Motostory

 

Haroldo Nogueira com Ruy Ohtake, clicado por Carlãozinho Coachman – Motostory

 

Wel Calandria (Classic Riders Brasil) clicado por Haroldo Nogeuria (SHEZ Fotografia) – Motostory

 

Todo o esforço de pesquisa para a realização do Encontro Motostory, Os TZudos, ficou a cargo da voluntária incansável Maria celeste Sarachú, que, nas semanas que antecederam o evento, tratou de postar dezenas fotos e recordações de nossos ídolos. Ela, e João Simões, outro de nossos Embaixadores, foram também responsáveis pelo sucesso da noite.

 

5.000 cards foram distribuídos convidando para o evento!

 

Agradecimentos aos nossos apoiadores.

 

 

Realização: Motostory – A História da Motocicleta no Brasil

Patrocinio: COBREQ, Alemão Pneus, Riffel

Co-Patrocínio: Moto Remaza, Feltrin Motosport, Honda Pro Link e STR Honda

Apoio: CBM, FPM, Old Cycle, SHEZ Fotografia, Sampafotos, Museu da Moto de Tiradentes, Motorani, Tayo, Você Merece, Motos Classicas 70, Mascotinha Rider e Abelha, Johnnie Wash, Boi Motos, Sensei Preparação, Sig Visual, Ci & Ci Delicias, Classic Riders Brasil, ICGP Brasil, MotorsCompany, Tec Moto!

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4o Encontro Motostory: Os TZudos https://d87.281.myftpupload.com/pt/4o-encontro-motostory-os-tzudos/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/4o-encontro-motostory-os-tzudos/#respond Tue, 06 Sep 2016 19:53:24 +0000 https://motostory.com.br/?p=863 O 4o Encontro Motostory – Os TZudos, reuniu em São Paulo, no dia 6 de setembro de 2016, a chamada Geração de Ouro da Motovelocidade Brasileira. Fruto do constante crescimento do esporte vivido desde os anos 50, até o início dos anos 80, o Brasil teve neste grupo de pilotos, o mais alto nível que nosso esporte conheceu. Em mais uma noite mágica de encontros e reencontros, tivemos o privilégio de juntar boa parte dos pilotos que viveram aquela época, homenagear aqueles que já nos deixaram e de lembrar os poucos que não puderam vir.

Encontro Motostory: Os TZudos – Edgard Soares e sua equipe

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Walter Tucano Barchi

 

Encontro Motostory: Os TZudos – Alex Barros

 

 

Realização: Motostory – A História da Motocicleta no Brasil

Patrocinio: COBREQ, Alemão Pneus, Riffel

Co-Patrocínio: Moto Remaza, Feltrin Motosport, Honda Pro Link e STR Honda

Apoio: CBM, FPM, Old Cycle, SHEZ Fotografia, Sampafotos, Museu da Moto de Tiradentes, Motorani, Tayo, Você Merece, Motos Classicas 70, Mascotinha Rider e Abelha, Johnnie Wash, Boi Motos, Sensei Preparação, Sig Visual, Ci & Ci Delicias, Classic Riders Brasil, ICGP Brasil

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As fotos do Encontro Motostory: Os TZudos https://d87.281.myftpupload.com/pt/as-fotos-do-encontro-motostory-os-tzudos/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/as-fotos-do-encontro-motostory-os-tzudos/#respond Tue, 06 Sep 2016 15:20:09 +0000 https://motostory.com.br/?p=807 A motovelocidade brasileira dos anos 70, até o início dos anos 80, ficou marcada como a de mais alto nível técnico da nossa história. Uma geração inteira que sucedeu as anteriores, que desde o pós Segunda Guerra (segunda metade dos ano 40) até o final dos anos 60, só fez crescer o esporte no Brasil. A implantação e consolidação dos motoclubes como Santos Moto Clube, Campinas Motoclube, Blumenau Motoclube, o Piratininga, o Guzzi Motoclube e Centauro Motor Clube, para sitar apenas alguns deles, deram origem às federações estaduais e à própria Confederação Brasileira de Motociclismo.

Gente do calibre de Edgard Soares, que brilhou nas pistas e ruas da America Latina nos anos 40 a 60, antecederam a Paolo e Gualtiero Tognocchi, Walter Tucano Barchi, Denísio e Zeca Casarini, Milton Benite, Marco Antonio Greco, Antonio Bernardo Neto, Antonio Jorge Neto, Paulinho Castroviejo, Zezo Pontichelli, Claudio Girotto Filho, Carlos Jacaré Pavan, Othon Russo, Delmar Contra Pino Miniz, Mario Hélio Sanctos, Antonio Claret Costa, Ubiratan Rios, Birigui, Luiz Celso Gianinni, Tetsunori Inada, Boca Damineli, Sidão Scigliano, MiltonCigano Adib, Lucilio Baumer, Edmar Ferreira, Adu Celso, Santo Feltrin, Adilson Cajurú Magalhães, até chegar ao prodígio Alex Barros.

O 4o Encontro Motostory, Os TZudos, aconteceu em São Paulo, no Johnnie Wash, em 6 de setembro de 2016, e serviu para, além de comemorar esta geração consagrada de pilotos, preparar o terreno para a realização do ICGP Brasil em Goiânia. A exposição das Yamaha TZ de Adu Celso e Lucílio Baumer, da coleção de Bob Keller, e a TZ 250 da coleção Remaza Collection, além do equipamento (macacão, bota e capacete) de Claudio Girotto Filho.

Foi mais uma noite de reencontros, lembranças e fortes emoções, que serviu para rememorar alguns dos maiores personagens da nossa história.

Realização: Motostory – A História da Motocicleta no Brasil

Patrocinio: COBREQ, Alemão Pneus, Riffel

Co-Patrocínio: Moto Remaza, Feltrin Motosport, Honda Pro Link e STR Honda

Apoio: CBM, FPM, Old Cycle, SHEZ Fotografia, Sampafotos, Museu da Moto de Tiradentes, Motorani, Tayo, Você Merece, Motos Classicas 70, Mascotinha Rider e Abelha, Johnnie Wash, Boi Motos, Sensei Preparação, Sig Visual, Ci & Ci Delicias, Classic Riders Brasil, ICGP Brasil

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Encontros Motostory: Vida sob Pressão https://d87.281.myftpupload.com/pt/encontros-motostory-vida-sob-pressao/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/encontros-motostory-vida-sob-pressao/#respond Wed, 09 Mar 2016 16:18:18 +0000 https://motostory.com.br/?p=971 O terceiro Encontro Motostory: Vida sob Pressão, foi de longe o que teve a maior carga emocional. Impossível falar da vida de Milton Benite sem falar de Walter Tucano Barchi e Arnoldo Bessa. Tucano, um dos maiores pilotos de motocicletas que o Brasil produziu, teve sua carreira intimamente ligada à vida do piloto e preparador Milton Benite, ou Pressão. Arnoldo Bessa, para quem não sabe, é o fundador da revenda Honda Comstar e foi, durante anos, o Gerente Geral da Formula G, outra revenda Honda que fez história durante a sua gestão.

A dupla dinâmica Arnoldo Bessa e Milton Benite em Mônaco… eles fizeram história juntos! (Foto: acervo Milton Benite / Motostory)

 

Eles já tinham uma rica história pregressa, mas ao se juntarem, transformariam a própria história do negócio e do esporte. Foi da união deles que algumas das mais incríveis conquistas da motovelocidade brasileira aconteceram. As equipe Formula G e Comstar que disputaram as provas de resistência na Europa durante o final dos anos 70 e início do 80 não tiveram “apenas” grandes resultados esportivos. Conquistaram o respeito e admiração de pilotos, chefes de equipe e fabricantes que, incrédulos, testemunharam a performance avassaladora destes dois times brasileiros.

A equipe Formula G fez história nas provas de longa duração com Walter Tucano Barchi e Edmar Ferreira. (Foto acervo Milton Benite / Motostory)

Mas, o destino cruzou o caminho deles. O grave acidente sofrido por Benite em 2007 quase ceifou sua vida, e a transformou profundamente. Tucano, ao saber do acidente, preferiu não ir ao hospital visitar o amigo. Nunca foi na verdade, ver nenhum amigo acidentado. “Nunca tive estômago pra isso, sabe? Você entende?” Esperou que a condição do Pressão melhorasse, mas ela não melhorou. Ai veio a culpa por não ter estado lá, naquele momento tão delicado.. o Pai, Irmão e amigo estava caído… e ele não teve coragem de ir ver.

Na época do acidente, Alex Barros ainda era piloto do Mundial, e fez questão de deixar sua mensagem de apoio. “Força Pressão” ainda vale amigo, força sempre!

 

O tempo passou e a distância só fazia aumentar… na verdade, o medo da rejeição de lado a lado foi criando um abismo entre eles. Um abismo que parecia intransponível!

 

Mas, a oportunidade estava ali, presente… A costura para o reencontro foi algo delicado, absolutamente emocional… “Será que ele quer me ver mesmo?”… “Tem certeza?”… “Como será que ele vai me receber?”… Estas e outras perguntas, vinham de lado a lado.

 

Mas, o dia de homenagear a vida e a carreira de Milton Benite chegou… e eles estavam lá… todos eles… amigos de diversas partes do Brasil e de diferentes gerações vieram reverenciar o “Pressão.”

 

Foi então que o encontro magico aconteceu… 10 anos depois…

3o Encontro Motostory – Vida sob Pressão – Reencontro magico entre Milton Benite e Tucano. Foto Sampafotos / Motostory

 

… e não poderia ter sido melhor. Foi por isso que começamos nosso trabalho. É por isso que fazemos o que fazemos. É por momentos assim que nuca desistimos. Nunca!

A lista dos ilustres presentes ao evento é enorme, mas ela “quase” fica menor… na verdade ela fica mesmo menor do que aquele momento magico do reencontro dos dois.

Mas, a turma que compareceu assusta. Os preparadores Renato Gaeta, Fernando Boi, Marcelo Peixoto, Roney Moreira, Agnaldo Charuto e Marcelo Peixoto estavam lá. Os pilotos Antonio Bernardo Neto, Denísio e Zeca Casarini, Walter Tucano Barchi, Adilson Cajuru Magalhães, Paolo Tognocchi, Vail Paschoalin, Alex Barros, Cesar Barros, Marco Greco, Paulo Mansi, Gustavo e Dedé Ceccarelli, Santo e Cecílio Feltrin, Wilson e Carmem Yasuda, Claudio Girotto Filho, Kurt Feichtenberger, o ex-presidente da CBM Carlos Paes de Almeida (Zé Galinha), os jornalistas Rubens Trípoli, André Ramos, Ismael Baubeta, Eduardo Zampieri, Laner Azevedo (Indian Motorcycles), Renzo Querzoli, Geraldo Tite Simões, Celso Miranda, Luciano Sampaio, Wel Calandria (Classic Riders Brasil), Othon Russo, David Takeo, Eric Granado, Alvaro Cândido Filho (Paraguaio), Quinho Caldas… a lista vai longe…

 

De vez em quando alguém me pergunta? Mas porque você faz todo este esforço mesmo?

 

Por isso!

3o Encontro Motostory – Vida sob Pressão – Reencontro magico entre Milton Benite e Tucano. Foto Sampafotos / Motostory

 

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