macaya – Motostory Brasil https://d87.281.myftpupload.com A História da Motocicleta no Brasil Fri, 23 Sep 2016 20:53:52 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 https://d87.281.myftpupload.com/wp-content/uploads/2016/09/cropped-MOTOSTORY_LOGO_OLDIE2_MS2-32x32.jpg macaya – Motostory Brasil https://d87.281.myftpupload.com 32 32 Edson Lobo, um clássico! https://d87.281.myftpupload.com/pt/classico-e-embaixador-edson-lobo/ https://d87.281.myftpupload.com/pt/classico-e-embaixador-edson-lobo/#comments Wed, 21 Sep 2016 17:22:45 +0000 https://d87.281.myftpupload.com/?p=241 Carlãozinho Coachman: “Conheci Edson Lobo outro dia, mas foi destes encontros que mostra que nossas vidas correram perto uma da outra, bem perto. Ele já era um clássico nesta altura e eu estava me tornando um. A empatia foi imediata e a surpresa também: “Quero te mostrar um material que tenho. Gostaria de oferecer para o Motostory! ” Percebi que vivíamos a mesma paixão pela motocicleta, e também que tinha acontecido a identificação entre uma ideia (Motostory) e uma vontade: dividir com os outros a sua própria história e seus registros. Reconhecê-lo como um dos Embaixadores do Motostory foi fácil, afinal, é dele o acervo maravilhoso de fotos que ilustra nosso calendário 2016, muitas delas inéditas, que retratam um período riquíssimo da história da motocicleta em nosso país entre o final dos anos 60 e início dos anos 70. Agora que estamos colocando nosso site no ar, muito mais material do Lobo será exposto. Pedi então que ele me escrevesse um pequeno texto sobre si próprio. Com vocês, Edson Lobo por Edson Lobo:”

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“Edson Lobo, nascido em São Paulo, SP, em 27 de dezembro de 1948, é um jornalista e fotografo com formação em Marketing. Foi executivo de grandes empresas nacionais e internacionais como Editora Abril, Shell, Dow Chemicals, Johnson & Johnson, Banco BCN e Fininvest, colaborou com inúmeras revistas brasileiras e trabalhou em projetos extremamente interessantes que existem até hoje.

 

Quando criança andava muito de bicicleta e já prendia as cartas de baralho na roda traseira para fazer de conta que era uma moto. Colocava um barbante na carta e puxava no guidão para “acelerar” ou “desacelerar”, aumentando ou diminuindo o barulho que ela fazia.  Aos 13 anos um vizinho comprou uma Jawa 125 e sempre me levava para dar uma voltinha. Outro vizinho comprou uma Monareta e também era emprestada para uma voltinha. Aos 15 anos decidiu pedir um dinheiro emprestado para a mãe e comprou uma Gulivette usada. Dai em diante o alerta foi dado, mostrando que aquela era a paixão.

 

Sabia um pouco do que havia acontecido nos anos 50 e 60 com as motos grandes (HRD Vincent, Indian, Harleys etc) e as lambretas e vespas, mas estas haviam desaparecido. Detestava comparações com James Dean ou quando saiu o filme Easy Rider, pois sempre colocava a pecha de “motociclistas irresponsáveis e meio bandidos”!

 

Aos 19 anos comprou sua primeira moto “grande”, uma Gilera Giubileo 175 e não parou mais. Nos mais de 50 anos pilotando foram mais de 30 motos e outras tantas emprestadas por amigos ou para testes.

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Nesses anos todos, muitas viagens longas aconteceram:  Recife, Belo Horizonte, Montevidéu, Buenos Aires e deserto argentino, Baia Blanca, Bariloche, Paraguai, Chile ate o Atacama e três passagens pela Cordilheira dos Andes.  Morando por 2 anos em Genebra, na Suíça, pôde fazer viagens ao norte da França, mas principalmente nos Alpes suíços. Naturalmente, sendo paulistano, rodou quilômetros e quilômetros nos Estados de São Paulo e Paraná.

 

Nunca foi de ficar conversando sobre parte técnica das motos, o mais importante era potencia, economia, conforto e capacidade para viajar muito longe. Ainda tem grandes planos para longas viagens.

 

Durante esses anos, fazia matérias como freelancer para revistas e jornais, tendo parceiros como Expedito Marazzi, Emilio Camanzi, Yllen Kerr e depois a nova geração. Roberto Araujo deu a primeira oportunidade de publicar sua viagem ao Chile na revista Duas Rodas. Conheceu Milton Benite, Adu Celso, Jacaré, Ramon Macaya, Celso Gianinni, os irmãos Tognocchi, Eduardo Luzia e muitos outros. Tite Speedmaster já na nova geração.

Irmãos Paolo e Gualtiero Tognocchi vencedores das 500 Milhas de Interlagos em 1970. Ao lado, de boina na mão está Eloi Gogliano (Cemtauro Motor Clube) Foto: Edson Lobo / Motostory
Irmãos Paolo e Gualtiero Tognocchi vencedores das 500 Milhas de Interlagos em 1970. Ao lado, de boina na mão está Eloi Gogliano (Centauro Motor Clube) Foto: Edson Lobo / Motostory

 

Durante esse período, viu marcas aparecerem no Brasil, como Benelli, Suzuki, Aermacchi Harley Davidson, Triumph, Norton, Guzzi, Laverda, MV Agusta, Harley Davidson, Yamaha, Kasinski e muitas outras, além da chegada da Honda no Brasil, incluindo depois um Centro de Pilotagem sensacional. Tinha uma tal de BMW que era vendida em loja de automóvel na Av. Paulista e somente muitos anos depois é que se firmou como loja de moto.

 

Nessa época, os mitos eram Edgard Soares, Felipe Carmona, Luiz Latorre e José Carvalho. O grande companheiro era o Paulo Lafer de Jesus *, mais conhecido como Polé. Trabalhavam juntos na revista Realidade, eram apaixonados por motos e ambos tinham uma Gilera Giubileo 175. No horário de almoço ou nas manhãs de sabado, perambulavam pela rua General Osorio, Barão de Limeira, a famosa “boca das motos”, sempre buscando novidades e revendo amigos. Os mecânicos Antonio Claret Costa, conhecido como Calé e o Victor Macaya, da antiga Moto Mavi, eram os “consultores”, sendo que o Victor normalmente ficava com as motos para os devidos ajustes.

Ramon Macaya (jaqueta jeans) e Antonio Claret Costa, o Calé (colete de couro)
Cajurú (de camiseta preta), Billy Foster (de bigode ao fundo) Ramon Macaya (jaqueta jeans) e Antonio Claret Costa, o Calé (colete de couro) durante o Encontro Motostory Os TZudos. Foto tirada em 06/09/2016 por Wel Calandria.

No inicio dos anos 70 começou a juntar os novos motociclistas na Rua Augusta, em frente ao barzinho Mondo Cane (famoso pelos seus drinques e copos grandes) e ai foi conhecendo o José Augusto Rodrigues da Silva, Esdras Azevedo Neto, Diogo Talocchi, Ricardo Almeida, Jobal e muitos outros ao longo do tempo. O normal era ficar conversando e depois fazer passeios leves, tipo ir até Itapecerica da Serra, Embu, Cantareira, etc. Ainda era começo e muitos esqueciam casacos e como não era obrigatório capacete, o frio do final de tarde pegava de jeito. Um tal de sair pedindo jornal para colocar dentro da camisa ou camiseta!

 

Lugares como Mondo Cane, Barzinho Piu Piu, Bolinha, Pandoro, Café Concerto no Ibirapuera, das noites no Rick Store, Well´s da Augusta, Brunella dos Jardins, Jack in The Box na Praça Panamericana e de madrugada na Serra de Santos pela Via Anchieta para tomar um café na Ilha Porchat ou simplesmente ir ao Aeroporto de Congonhas para um café e muita farra.

A famosa paquera na R. Augusta (São Paulo) no início dos anos 1970. Foto: Edson Lobo / Motostory
A famosa paquera na R. Augusta (São Paulo) no início dos anos 1970. Foto: Edson Lobo / Motostory

 

Um dia, comprou um Honda CB 750, tirou da loja, passou em casa para mostrar à família e só foi parar em Curitiba para comer, dormir, abastecer e voltar no dia seguinte! Uma excitação só!

 

Numa das empresas americanas que trabalhou, era proibido o executivo ter moto. O negócio foi combinar com o zelador do prédio vizinho para deixar a moto e o capacete, saindo para a rua com terno e gravata arrumadinhos! Quando chovia era um perrengue!

Edson Lobo, clássico, Embaixador e colaborador de Motostory. Foto: Acervo pessoal
Edson Lobo, clássico, Embaixador e colaborador de Motostory. Foto: Acervo pessoal

Ao conhecer o Carlãozinho Coachman e o projeto Motostory foi a oportunidade de desengavetar todo acervo fotográfico, revistas, catálogos, manuais, tudo relacionado ao Motociclismo e colaborar para a produção da História do Motociclismo no Brasil, um projeto fantástico, será um marco histórico. Nas mãos competente do Carlãozinho, uma pessoa altamente criativa e de iniciativa, o Motostory ficará para a posteridade tão logo as várias etapas do projeto se concretizem.

 

Motocicleta é paixão, difícil definir as sensações como se tem numa viagem, a liberdade e a curtição da potência, ruído, mobilidade. Hoje se percebe que são poucos motociclistas que realmente apreciam andar de moto e respeitam as limitações e leis de transito, o que faz o número de acidentes crescer ano a ano.

 

Apesar do número crescente de motos no país, muitos motociclistas utilizam a moto para trabalhar e com isso não se preocupam com uma pilotagem segura, não aprendem a respeitar a moto e seus limites. Daí o grande número de acidentes.

 

Uma coisa é certa: não existe explicação ou definição de um passeio de moto para quem é apaixonado por duas rodas!

 

Edson Lobo, fotógrafo, jornalista e consultor de Marketing e Negócios, julho 2016.

Contato: [email protected]

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