“Edson Lobo, nascido em São Paulo, SP, em 27 de dezembro de 1948, é um jornalista e fotografo com formação em Marketing. Foi executivo de grandes empresas nacionais e internacionais como Editora Abril, Shell, Dow Chemicals, Johnson & Johnson, Banco BCN e Fininvest, colaborou com inúmeras revistas brasileiras e trabalhou em projetos extremamente interessantes que existem até hoje.
Quando criança andava muito de bicicleta e já prendia as cartas de baralho na roda traseira para fazer de conta que era uma moto. Colocava um barbante na carta e puxava no guidão para “acelerar” ou “desacelerar”, aumentando ou diminuindo o barulho que ela fazia. Aos 13 anos um vizinho comprou uma Jawa 125 e sempre me levava para dar uma voltinha. Outro vizinho comprou uma Monareta e também era emprestada para uma voltinha. Aos 15 anos decidiu pedir um dinheiro emprestado para a mãe e comprou uma Gulivette usada. Dai em diante o alerta foi dado, mostrando que aquela era a paixão.
Sabia um pouco do que havia acontecido nos anos 50 e 60 com as motos grandes (HRD Vincent, Indian, Harleys etc) e as lambretas e vespas, mas estas haviam desaparecido. Detestava comparações com James Dean ou quando saiu o filme Easy Rider, pois sempre colocava a pecha de “motociclistas irresponsáveis e meio bandidos”!
Aos 19 anos comprou sua primeira moto “grande”, uma Gilera Giubileo 175 e não parou mais. Nos mais de 50 anos pilotando foram mais de 30 motos e outras tantas emprestadas por amigos ou para testes.
Nesses anos todos, muitas viagens longas aconteceram: Recife, Belo Horizonte, Montevidéu, Buenos Aires e deserto argentino, Baia Blanca, Bariloche, Paraguai, Chile ate o Atacama e três passagens pela Cordilheira dos Andes. Morando por 2 anos em Genebra, na Suíça, pôde fazer viagens ao norte da França, mas principalmente nos Alpes suíços. Naturalmente, sendo paulistano, rodou quilômetros e quilômetros nos Estados de São Paulo e Paraná.
Nunca foi de ficar conversando sobre parte técnica das motos, o mais importante era potencia, economia, conforto e capacidade para viajar muito longe. Ainda tem grandes planos para longas viagens.
Durante esses anos, fazia matérias como freelancer para revistas e jornais, tendo parceiros como Expedito Marazzi, Emilio Camanzi, Yllen Kerr e depois a nova geração. Roberto Araujo deu a primeira oportunidade de publicar sua viagem ao Chile na revista Duas Rodas. Conheceu Milton Benite, Adu Celso, Jacaré, Ramon Macaya, Celso Gianinni, os irmãos Tognocchi, Eduardo Luzia e muitos outros. Tite Speedmaster já na nova geração.
Durante esse período, viu marcas aparecerem no Brasil, como Benelli, Suzuki, Aermacchi Harley Davidson, Triumph, Norton, Guzzi, Laverda, MV Agusta, Harley Davidson, Yamaha, Kasinski e muitas outras, além da chegada da Honda no Brasil, incluindo depois um Centro de Pilotagem sensacional. Tinha uma tal de BMW que era vendida em loja de automóvel na Av. Paulista e somente muitos anos depois é que se firmou como loja de moto.
Nessa época, os mitos eram Edgard Soares, Felipe Carmona, Luiz Latorre e José Carvalho. O grande companheiro era o Paulo Lafer de Jesus *, mais conhecido como Polé. Trabalhavam juntos na revista Realidade, eram apaixonados por motos e ambos tinham uma Gilera Giubileo 175. No horário de almoço ou nas manhãs de sabado, perambulavam pela rua General Osorio, Barão de Limeira, a famosa “boca das motos”, sempre buscando novidades e revendo amigos. Os mecânicos Antonio Claret Costa, conhecido como Calé e o Victor Macaya, da antiga Moto Mavi, eram os “consultores”, sendo que o Victor normalmente ficava com as motos para os devidos ajustes.
No inicio dos anos 70 começou a juntar os novos motociclistas na Rua Augusta, em frente ao barzinho Mondo Cane (famoso pelos seus drinques e copos grandes) e ai foi conhecendo o José Augusto Rodrigues da Silva, Esdras Azevedo Neto, Diogo Talocchi, Ricardo Almeida, Jobal e muitos outros ao longo do tempo. O normal era ficar conversando e depois fazer passeios leves, tipo ir até Itapecerica da Serra, Embu, Cantareira, etc. Ainda era começo e muitos esqueciam casacos e como não era obrigatório capacete, o frio do final de tarde pegava de jeito. Um tal de sair pedindo jornal para colocar dentro da camisa ou camiseta!
Lugares como Mondo Cane, Barzinho Piu Piu, Bolinha, Pandoro, Café Concerto no Ibirapuera, das noites no Rick Store, Well´s da Augusta, Brunella dos Jardins, Jack in The Box na Praça Panamericana e de madrugada na Serra de Santos pela Via Anchieta para tomar um café na Ilha Porchat ou simplesmente ir ao Aeroporto de Congonhas para um café e muita farra.
Um dia, comprou um Honda CB 750, tirou da loja, passou em casa para mostrar à família e só foi parar em Curitiba para comer, dormir, abastecer e voltar no dia seguinte! Uma excitação só!
Numa das empresas americanas que trabalhou, era proibido o executivo ter moto. O negócio foi combinar com o zelador do prédio vizinho para deixar a moto e o capacete, saindo para a rua com terno e gravata arrumadinhos! Quando chovia era um perrengue!
Ao conhecer o Carlãozinho Coachman e o projeto Motostory foi a oportunidade de desengavetar todo acervo fotográfico, revistas, catálogos, manuais, tudo relacionado ao Motociclismo e colaborar para a produção da História do Motociclismo no Brasil, um projeto fantástico, será um marco histórico. Nas mãos competente do Carlãozinho, uma pessoa altamente criativa e de iniciativa, o Motostory ficará para a posteridade tão logo as várias etapas do projeto se concretizem.
Motocicleta é paixão, difícil definir as sensações como se tem numa viagem, a liberdade e a curtição da potência, ruído, mobilidade. Hoje se percebe que são poucos motociclistas que realmente apreciam andar de moto e respeitam as limitações e leis de transito, o que faz o número de acidentes crescer ano a ano.
Apesar do número crescente de motos no país, muitos motociclistas utilizam a moto para trabalhar e com isso não se preocupam com uma pilotagem segura, não aprendem a respeitar a moto e seus limites. Daí o grande número de acidentes.
Uma coisa é certa: não existe explicação ou definição de um passeio de moto para quem é apaixonado por duas rodas!
Edson Lobo, fotógrafo, jornalista e consultor de Marketing e Negócios, julho 2016.
Contato: [email protected]
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Eles já tinham uma rica história pregressa, mas ao se juntarem, transformariam a própria história do negócio e do esporte. Foi da união deles que algumas das mais incríveis conquistas da motovelocidade brasileira aconteceram. As equipe Formula G e Comstar que disputaram as provas de resistência na Europa durante o final dos anos 70 e início do 80 não tiveram “apenas” grandes resultados esportivos. Conquistaram o respeito e admiração de pilotos, chefes de equipe e fabricantes que, incrédulos, testemunharam a performance avassaladora destes dois times brasileiros.
Mas, o destino cruzou o caminho deles. O grave acidente sofrido por Benite em 2007 quase ceifou sua vida, e a transformou profundamente. Tucano, ao saber do acidente, preferiu não ir ao hospital visitar o amigo. Nunca foi na verdade, ver nenhum amigo acidentado. “Nunca tive estômago pra isso, sabe? Você entende?” Esperou que a condição do Pressão melhorasse, mas ela não melhorou. Ai veio a culpa por não ter estado lá, naquele momento tão delicado.. o Pai, Irmão e amigo estava caído… e ele não teve coragem de ir ver.
O tempo passou e a distância só fazia aumentar… na verdade, o medo da rejeição de lado a lado foi criando um abismo entre eles. Um abismo que parecia intransponível!
Mas, a oportunidade estava ali, presente… A costura para o reencontro foi algo delicado, absolutamente emocional… “Será que ele quer me ver mesmo?”… “Tem certeza?”… “Como será que ele vai me receber?”… Estas e outras perguntas, vinham de lado a lado.
Mas, o dia de homenagear a vida e a carreira de Milton Benite chegou… e eles estavam lá… todos eles… amigos de diversas partes do Brasil e de diferentes gerações vieram reverenciar o “Pressão.”
Foi então que o encontro magico aconteceu… 10 anos depois…
… e não poderia ter sido melhor. Foi por isso que começamos nosso trabalho. É por isso que fazemos o que fazemos. É por momentos assim que nuca desistimos. Nunca!
A lista dos ilustres presentes ao evento é enorme, mas ela “quase” fica menor… na verdade ela fica mesmo menor do que aquele momento magico do reencontro dos dois.
Mas, a turma que compareceu assusta. Os preparadores Renato Gaeta, Fernando Boi, Marcelo Peixoto, Roney Moreira, Agnaldo Charuto e Marcelo Peixoto estavam lá. Os pilotos Antonio Bernardo Neto, Denísio e Zeca Casarini, Walter Tucano Barchi, Adilson Cajuru Magalhães, Paolo Tognocchi, Vail Paschoalin, Alex Barros, Cesar Barros, Marco Greco, Paulo Mansi, Gustavo e Dedé Ceccarelli, Santo e Cecílio Feltrin, Wilson e Carmem Yasuda, Claudio Girotto Filho, Kurt Feichtenberger, o ex-presidente da CBM Carlos Paes de Almeida (Zé Galinha), os jornalistas Rubens Trípoli, André Ramos, Ismael Baubeta, Eduardo Zampieri, Laner Azevedo (Indian Motorcycles), Renzo Querzoli, Geraldo Tite Simões, Celso Miranda, Luciano Sampaio, Wel Calandria (Classic Riders Brasil), Othon Russo, David Takeo, Eric Granado, Alvaro Cândido Filho (Paraguaio), Quinho Caldas… a lista vai longe…
De vez em quando alguém me pergunta? Mas porque você faz todo este esforço mesmo?
Por isso!
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O evento, realizado em São Paulo, no espaço de eventos Bibi, no Itaim Bibi, no dia 8 de março de 2016, foi marcado pelo reencontro e amigos e pilotos, mas mais do que isso, pelo reencontro justamente de Pressão e Tucano.
Se mais ninguém tivesse aparecido e apenas eles dois tivessem se encontrado, já teria valido a pena realizar um dos mais emocionantes eventos que se viu.
Para coroar esta noite mágica, ainda recebemos a visita do genial arquiteto Ruy Ohtake, parceiro do Motostory na construção do centro de Cultura de Duas Rodas e Museu Motostory.
Em noite mais do que especial, 300 pessoas compareceram para reverenciar o amigo Milton Benite e celebrar a vida sobre as duas rodas.
Realização: Motostory – A História da Motocicleta no Brasil
Patrocinio: COBREQ, Alemão Pneus, Riffel, Indian Motorcycles
Co-Patrocínio: Feltrin Motosport, Honda Pro Link e STR Honda
Apoio: CBM, FPM, Old Cycle, SHEZ Fotografia, Sampafotos, Museu da Moto de Tiradentes, Motorani, Tayo, Moto 1000 GP, Você Merece, Motos Classicas 70, Mascotinha Rider e Abelha, BIBI, Boi Motos, Sensei Preparação, Sig Visual
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