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- Author: motostorybr
- Posted: September 5, 2018
- Category: Notícias
História é Investimento!
Afinal, nossa HISTÓRIA é CUSTO ou INVESTIMENTO?
Não sei vocês, mas nós aqui do Motostory Brasil ficamos absolutamente destruídos ao ver as imagens do Museu Nacional em chamas no domingo passado. Para quem como nós trabalha com história, ver nosso “pai de todos” arder em chamas doeu como se estivéssemos vendo alguém da família queimando nas fogueiras da inquisição. Estamos sendo dramáticos? Não! Não mesmo!
Desde que demos início a este projeto, desde o primeiro dia do primeiro movimento, sempre achamos que nossa ideia seria muito bem recebida no meio. Sempre achamos que a proposta de “todo mundo participa com um pouco” serviria como uma luva para um mercado decrescente e para que pudéssemos seguir com o trabalho silencioso de pesquisa, catalogação e organização de um acervo espalhado, praticamente perdido nas gavetas, nos escritórios, nas casas e nos armários de personagens ou de seus familiares, no fundo de garagens, no carrinho de pedreiro, muitos dos personagens esquecidos no passado… e das instituições espalhadas país afora também.
Sempre achamos isso, afinal, muitas são as pessoas que conhecemos no mercado em praticamente todas as esferas do negócio motocicleta, no esporte, na indústria, no comércio e nos eventos. Verdade que não esperávamos tamanha resistência. “Qual o ganho se eu investir nisso? Vai me ajudar a vender mais? Vai falar de mim?” Foram alguns dos comentários recorrentes. A resposta é SIM! A resposta é clara, mas é preciso, em um primeiro momento, pesquisar muito para tirarmos da escuridão as HISTÓRIAS DE TODOS NÓS!
Se você criou ou trabalha para uma empresa, o conjunto de suas ações diárias ao longo do tempo, se traduz em uma única palavra: História. Qual é a sua? Qual é a da sua empresa ou para a qual você trabalha? E ainda mais importante, é uma empresa estrangeira em solo brasileiro, então qual a história da sua MARCA no Brasil? Qual a marca da sua HISTÓRIA? As marcas que se tornaram fortes o fizeram ao longo do tempo, enraizadas por feitos diários e jamais esquecidos. O que significa uma MARCA ter 115, 100, 50, 25 anos? Significa ter história e saber cultivá-la, para assim, poder vender. Cabe a nós preservar e contar essa história, hoje, e para futuras gerações.
Em um segundo momento, depois de muito tempo e recurso investido, transformar esta pesquisa em ações que também demandam novos investimentos: Encontros, Exposições, Apresentações, Hall da Fama, Livros, Sites e redes sociais, Programas de TV, filmes e documentários para Cinema e ainda o Centro de Cultura de Duas Rodas já assinado por Ruy Ohtake. Para isso é preciso recursos: Recursos Humanos, financeiros, tecnológicos, mãos e mentes… muitos!
Foi um golpe duro, no domingo passado, dar de cara com o Museu Nacional em chamas. Duro demais. Uma facada no coração… daquela do tipo que mata… e se não mata, deixa profundas cicatrizes.
Quais caminhos percorrer então se o maior Museu Brasileiro virou fogueira e o segundo maior, o do Ipiranga, em São Paulo, segue fechado por tempo indeterminado, ou ainda enquanto outros viram ruína pelo país? Ouvi ou li que mais brasileiros visitaram o Museu do Louvre na França no ano passado do que o Museu Nacional no Rio. Primeiro porque o Louvre é um tremendo lugar para se estar (Investe-se alto para fazer e manter aquilo, viu?) e se o produto é bom as pessoas vão. Segundo, porque o brasileiro se interessa por história sim… mas não valoriza sua própria. Chega, né!
Na nossa humilde opinião, o caminho segue em tentar tocar a alma das pessoas e mostrar que, sim, há um ENORME ganho para o Patrimônio Nacional quando se investe em história e, principalmente, um Ganho de Mercado quando cultivamos e honramos a nossa própria história e seus personagens.
Mas quem pode mudar este cenário?
Nas eleições, será da grande massa a tarefa de mudar o difícil cenário político nacional. Não é nada simples para as classes mais altas, empresários e profissionais liberais ou até a classe média incluída na conta, transformar o cenário eleitoral. Afinal, somos minoria na hora de contarmos individualmente cada voto.
Agora, no que tange aos temas CULTURA, HISTÓRIA e EDUCAÇÃO, são justamente estas classes sociais as que podem e devem transformar o cenário através do exemplo de suas AÇÕES. Agora que o leite foi derramado, e virou cinzas, lemos inúmeros comentários indignados por ai como se, mais uma vez, a responsabilidade sobre a tragédia fosse apenas deles, e não nossa. É deles sim, mas principalmente nossa.
Quer mudar isso? Que tal reconhecer os NOSSOS, digo o que nós Brasileiros fazemos, e não apenas os DELES, o dos gringos, como tendo valor? Vocês ouviram dizer que o acervo perdido era o 5º mais importante do Mundo???? O QUINTO, e foi feito por nós brasileiros?
Porque uma coisa, quando é muito boa, é batizada de “Nossa, ficou Gringo isso!!!”, mesmo quando foi feita no Brasil, por brasileiros? Se é bom é gringo?
A história DELES é melhor do que a NOSSA?
Não está na hora de mudarmos isso?
Aqui no MOTOSTORY temos repetido que nosso trabalho é uma MISSÃO e que é IMPOSSÍVEL realizar SOZINHO.
Não sei se você ficou indignado com o que aconteceu no Rio de Janeiro como nós aqui, mas uma coisa sabemos dizer: Nós, no MOTOSTORY, estamos fazendo a nossa parte… e precisamos da SUA ajuda.
E aí??? Alguém se apresenta? Estamos aqui de braços abertos e MAIS DISPOSTOS DO QUE NUNCA a levar A NOSSA MISSÃO ADIANTE.
Se você chorou quando viu o nosso maior patrimônio histórico virar cinzas, se ficou indignado, então venha com a gente. Nós choramos, ficamos com raiva, quase desesperançosos, mas terminamos ficando mais motivados ainda.
Então! HISTÓRIA É INVESTIMENTO! Não é custo.
Assinado: Equipe Motostory Brasil, dia 5 de setembro de 2018, 3 dias depois da tragédia do Museu Nacional.
P.S.: Aos que estão conosco nesta Missão, nosso eterno agradecimento. Riffel Motospirit e Alemão Pneus, obrigado pela coragem em continuarem investindo parte de seus rendimentos no nosso trabalho muitas vezes aparentemente silencioso. À CBM, a FPM, Classic Riders Brasil, Veteran Motorcycle Club do Brasil, Edgard Soares Motos, Revista Motociclismo, Museu da Moto Tiradentes, TT-PNT, Sig Visual e Motos Classicas 70, First Motos, Anuário Off Road, Moto.com.br, Motox.com.br, Motonline.com.br, Honda Remaza, Rockers Self Garage, ICGP Brasil e One Kawasaki, Abraciclo e Anfamoto, obrigado pelo apoio. Aos nossos embaixadores e eternos cúmplices, obrigado. E às famílias Barros, Ceccarelli, Tognocchi, Casarini, Feltrin, Soares, Benite, Negretti, Barchi, Ferreira, Bezzi, Boettcher, Gaeta, Proença, Baumer, Jorge, Sarachu, Narezzi, Russo, Lancellotti, Lobo, Faus e a tantas outras que confiaram a nós pedacinhos ou pedações das suas histórias, obrigado pela confiança e paciência. Aos amigos das imagens Celso Miranda, Leandro Mello, Renzo Querzoli, Haroldo Nogueira, Flavinho Graná, Luciano Sampaio, Chris Fabbri, Mario Bock, Caio Mattos, Miguel Costa Junior e Rafael Riskalla, que em algum momento nos estenderam suas mãos e sua arte, thanks! Aos colecionadores que resgataram e guardam parte relevante da nossa história, nosso Muito Obrigado.
Aos parceiros Oi Nêga! Content, Barroco Filmes, Núcleo Cultural, Pix Haus, NT-UX, Dutra e SD&Press… sem palavras!