O ano era 1982. Eu havia acabado de me formar em engenharia e dava início à minha dupla jornada de trabalho, acumulando as funções de jornalista, que havia começado em 1976, com o trabalho da minha nova profissão. Alguns amigos brincavam dizendo que eu tinha vida dupla, como os super heróis ou os agentes secretos de filmes, mas isso era meio exagero. O fato é que isso dura até os dias de hoje.
Meu primeiro emprego de verdade como engenheiro, sem contar alguns estágios e uma primeira experiência de apenas um mês, foi na construtora do Chiquinho, um empresário da noite que também era engenheiro. Outro personagem de vida dupla, que mais tarde se tornaria meu amigo. Certa vez ele me contou o porquê de ter escolhido o meu currículo, entre centenas de outros (estávamos atravessando a pior crise do setor, os engenheiros que se formavam iam, em peso, trabalhar em bancos): Chiquinho havia feito o primário e o ginásio no Liceu Coração de Jesus, tradicional colégio salesiano no bairro paulistano do Bom Retiro. Assim como eu.
Fiquei algum tempo como Clark Kent, escondendo o alter ego de Super Homem, para que meu novo chefe não me mandasse embora. Sim, testar motocicletas, para um jovem como eu, naquela época, poderia ser comparado a voar por aí de colant azul e capa vermelha. E com a cueca pra fora da calça.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, o setor de motocicletas nacionais ainda estava começando e não tínhamos nada mais empolgante do que a Honda CB 400 para testar na revista Duas Rodas. As revistas gringas e os folhetos de motocicletas estrangeiras que chegavam na redação nos deixavam ainda mais frustrados com essa realidade. Esse material me fez conhecer, entre outras maravilhas, a novíssima Kawasaki GPz 1100, super motocicleta que inaugurava a era das injeções eletrônicas de gasolina confiáveis.
Eu faria qualquer coisa para experimentar uma motocicleta dessas, até arrumar outro emprego. Foi o que aconteceu, um dia, no meu ooooooooutro trabalho, Chiquinho, que sempre desfilava com automóveis nacionais recém-lançados (o primeiro Chevrolet Monza hatch que eu vi na rua era dele), chegou no escritório com uma reluzente Kawasaki GPz 1100. Reluzente era apenas forma de expressão, já que a moto esbanjava outra novidade, o cromo preto (essa era a GPz 1100 II, pois a primeira versão, de 1981, ainda tinha os componentes escurecidos pintados com tinta preta, como o motor e os escapamentos).
Como fazer para andar nessa motocicleta? A turma da revista iria pirar (esse termo nem existia, na época). Não poderia simplesmente dizer “chefe, me empresta tua moto pra uma voltinha? Ou quem sabe uma voltona, com direito a sessão de fotos pra uma revista?”. Era hora de revelar minha verdadeira identidade, mostrando a carteirinha de jornalista vinda diretamente do planeta Krypton.
Deu certo. Surpreso, Chiquinho não só gostou da ideia, afinal, a sua motocicleta iria aparecer na revista Duas Rodas, como se tornou meu amigo. E lá fui eu com meu macacão vermelho e branco (só faltou a capa azul) fazer uns cliques com o Mario Bock. Foi publicado no Planeta Diário de abril de 1983.
A motocicleta
A grande sacada da nova Kawasaki GPz 1100 era a injeção eletrônica de gasolina, algo impensável para nós, brasileiros, inclusive para automóveis. Diferentemente do que se propagou, essa não foi era a primeira motocicleta a ter injeção eletrônica, já que no ano anterior, em 1980, a Kawasaki produziu as últimas versões da Z1000, modelo de grande sucesso da marca, com exatamente esse sistema analógico de injeção eletrônica, da Bosch.
A importância da Z1000 foi enorme, pois foi a sua antecessora, a Z900, que desbancou a Honda CB 750 Four de seu lugar no mais alto pedestal das motocicletas. A Z900, mais conhecida entre nós como “Kawasaki 900”, foi produzida de 1972 a 1976, sendo substituída pela Z1000 em 1977, que durou até 1980, esta última já com injeção. E você já viu essa moto por aí: era a motocicleta pilotada pelo policial australiano Goose, do primeiro filme do Mad Max, uma Kawasaki Z1000 1977.
Bem, voltemos à Kawasaki GPz. A GPz 1100 B1, de 1981, tinha motor e outros componentes pintados de preto fosco e injeção eletrônica analógica. A moto do Chiquinho era a GPz 1100 B2, de 1982, que ganhou muitas melhorias, a começar pela injeção eletrônica digital, que trocou o medidor de fluxo de ar mecânico anterior por sensores eletrônicos, incluindo um sensor de posição do acelerador. A potencia não aumentou muito por causa disso, passou de 108 cv para 109 cv, o que já era muito para a época, mas o funcionamento da injeção ficou mais preciso.
No visual, a GPZ 1100 B2 também evoluiu, em relação à B1. Motor e escapamentos ganharam o moderno tratamento de cromo preto e uma pequena carenagem cobriu o farol e o painel de instrumentos. Este, por sua vez, ficou mais elegante e passou a ter marcador de combustível de cristal liquido, para acompanhar a injeção digital. É que os relógios do painel também mostravam um pouco da nova tecnologia que surgia na época. Na B1, o voltímetro era convencional, analógico, com um ponteiro magnético, enquanto que a B2 tinha um segredinho: um botão no painel transformava o conta-giros em voltímetro.
Naqueles tempos as pequenas baterias das motocicletas não eram tão confiáveis, de forma que essas novas motocicletas equipadas com sistemas eletrônicos podiam deixar o usuário “na mão”, caso elas apresentassem um defeito inesperado, por isso o voltímetro era tão importante.
Na minha avaliação para a revista Duas Rodas, de abril de 1983, o tom é de um pouco de entusiasmo com a bela GPz 1100, inclusive na descrição de detalhes que hoje são corriqueiros mesmo em motocicletas populares de baixa cilindrada. É que essa Kawa, para aquele momento, realmente era o supra-sumo das motocicletas, mesmo em relação às melhores motocicletas disponíveis no mercado mundial.
Trinta e cinco anos depois
Aqueles longínquos anos 80 foram cruéis para quem gostava de boas motocicletas. Com as importações proibidas, eram bem poucas as motos que conseguiam entrar no pais, legalmente ou não. Por isso o entusiasmo todas as vezes que tínhamos acesso a uma delas.
Ainda hoje esses modelos dos anos 80 são mais raros, pelo mesmo motivo, mas a atual onda retrô, que também chagou às motos, está fazendo com que algumas dessas raridades perdidas por aí voltem aos olhos do público. É o caso da Kawasaki GPz 1100 B1 de 1981 do colecionador Ricardo Pupo, que nos “emprestou” sua motocicleta para umas fotos. É claro que não foi possível fazer um teste com a moto, por se tratar de um item de 35 anos e também porque o dono estava “de olho”. Mas foi possível relembrar o passado, da época em que tudo era menos tecnológico, porém tudo era mais empolgante. Não cabe aqui uma comparação com as motocicletas atuais, afinal, passaram-se mais de 35 anos, mas ainda dá para sentir, na pilotagem, que se tratava de uma motocicleta muito especial. Compare as fotos feitas com a GPz B1 com as fotos publicadas na revista.
]]>Seu envolvimento com o esporte também o levou a ser amigo de meu pai, a um convívio intenso que diversas vezes os colocaram em lados oposto da mesa, embora ambos estivessem ali lutando pelo que acreditavam ser o melhor para o esporte.
Se você convive com japoneses, mesmo os nascidos ou criados no Brasil, sabe que eles possuem uma personalidade típica: escutam muito, falam menos e agem quase sempre sem alarde até que as coisas estejam no lugar.
Ao longo de anos de convívio, também nós dois vivemos situações em que estávamos de lados opostos… ora o esporte era o tema, ora o jornalismo durante meus anos de revista Motociclismo. Muitas vezes nossos interesses foram conflitantes, outras não, mas eu sempre olhei para ele com admiração e respeito. Um dia recebemos um prêmio das revistas Dirt Action / Moto Action em uma mesma noite, dentro do mesmo evento. Minha fala foi pouco depois da dele: “É um prazer para mim estar aqui hoje, dividindo esta premiação com pessoas como o Sr. Wilson Yasuda, a quem admiro e respeito. Gostaria de dizer aos meus amigos presentes, que com vocês me sinto em casa.” – foram minhas palavras naquela noite.
Mas, como não acredito muito em coincidências, a criação do Motostory aconteceu praticamente ao mesmo tempo em que ele se aposentava da Honda depois de 4 décadas de serviços prestados. Foi quando eu conheci um outro Yasuda, o Embaixador Motostory.
Foi quando ele se apresentou como voluntario divulgar o projeto, e como poucos, espalhou nossa marca país afora. Seus posts no facebook também tem levado o projeto a cantos antes inimagináveis.
Em breve, teremos mais para contar sobre este destemido Samurai e sua trajetória na História da Motocicleta no Brasil!
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O Motostory vem exatamente para permitir a exposição desses registros e tenho certeza que, como eu, muita gente vai revirar o baú para encontrar fotos antigas.
Só peço desculpas por não lembrar de todas as datas, anos e lugares, pois a memória vai nos traindo, mas os amigos certamente nos ajudarão a lembrar.
Edson Lobo, Embaixador Motostory, Jornalista e Fotógrafo com formação em Marketing!
]]>Acompanhe a entrevista de alguns de seus principais executivos concedida ao Motostory no final de 2016, em suas instalações na cidade de Indaiatuba, SP, e conheça suas novas instalações na cidade vizinha de Salto.
A COBREQ, Cia. Brasileira de Equipamentos S.A. foi fundada em 28 de outubro de 1961 na cidade de São Paulo pelo imigrante português Manoel Joaquim D’Almeida, inicialmente a fábrica produzia produtos para mergulho, mas com o mercado automotivo em crescimento, a estratégia do grupo mudou o foco, em 1962 a COBREQ iniciou a produção de materiais de fricção, lonas de freios para a indústria automobilística.
Em 1969 a COBREQ tornou-se pioneira na fabricação de pastilhas para freios a disco no Brasil, seis anos depois se mudou para Indaiatuba, interior de São Paulo onde em 1984 produziu para o Ford Escort a primeira pastilha de freio sem amianto, fato pioneiro na indústria nacional de autopeças.
Em 2001 a COBREQ foi adquirida pelo grupo Alemão TMD Friction, um dos maiores produtores de materiais de fricção do mundo, com 15 plantas em 10 países, entre eles Alemanha e Estados Unidos.
Em 2011, o controle do grupo TMD Friction passa para o grupo japonês Nisshinbo Brake Inc., e assim se transforma na maior empresa do mundo em sistemas de freios.
Atento às oportunidades e as transformações do mercado brasileiro e sul americano, o Nisshinbo Group resolve ampliar suas instalações no Brasil depois de uma bem sucedida reformulação da operação brasileira. Com isso, a Cobreq dá início à construção de sua nova planta fabril na cidade de Salto, SP, que estará em plena capacidade operacional ainda neste ano de 2017. Esta nova unidade terá praticamente o dobro da área e o triplo de capacidade de produção quando comparada à antiga fabrica em Indaiatuba, relata Marcoabel Moreira, Diretor Presidente da Cobreq.
Com desempenho expressivo no mercado de produtos para motocicletas, a Cobreq chamou o interesse do Nisshinbo Group para uma área onde eles ainda não atuavam. Com isso, a nova unidade Cobreq também será a responsável pelo desenvolvimento e produção mundial de produtos para sistemas de freios de duas rodas. Novos materiais estão sendo utilizados novos materiais de frenagem, assim como nova e mais ampla linha de produtos relacionados ao sistema de freios estão sendo incorporados. O novo lema interno da marca é: “Pensou em sistema de freios, pensou Cobreq.”
Além disso, a nova unidade irá ampliar a competitividade da Cobreq também para o mercado externo, provando que é possível produzir no Brasil para vender no Mundo. “Fizemos nossa lição de casa!” afirma Marcelo Sanches, Diretor de vendas Aftermarket America Latina.
Com novos produtos e nova tecnologia, como os produtos de frenagem de base cerâmica desenvolvidos no Brasil, a empresa pretende cobrir 100% das necessidades da frota nacional de motocicletas em um curto prazo de tempo, afirma Everton Mello, Marketing Aftermarket Motopeças.
Mais informações sobre a Cobreq em www.cobreq.com.br
]]>Lugar 1: A Garagem do Ronnie lá no Morumbi… um pedacinho de paraíso na terra… com motos, muitas… Harleys antigas, Indians, Ducatis… Yamahas de cross dos anos 70, a Montesa Cota 247 de Trial e mais tarde a enduro H6… um Rolls Royce magnífico, hoje na coleção do Nelson Piquet… ferramentas, as melhores, já nos carrinhos lindos, próprios para elas trazidos dos Estados Unidos por ele… capacetes dos mais variados… um de cross aberto, com uma aba enorme… e um skate pequeno com uma placa de elevador colada na parte de baixo do Shape alertando: Capacidade máxima 6 pessoas ou 480 kilos… típico do humor do Ronnie…
Lugar 2: A Trailândia, ou Yamalândia, às margens da Rodovia Presidente Dutra, atrás do posto Sakamoto, sentido Rio – São Paulo, pertinho da fábrica da Yamaha em Guarulhos. O bosque de eucaliptos ainda está lá. Por isso os cheiros, no plural mesmo. O perfume do óleo dois tempos misturado ao perfume dos eucaliptos me marcou. As motos de cross, a poeira, o sorriso marrom dos pilotos e as risadas nos boxes improvisados entre carros e arvores. A mão grande do meu pai segurava a minha firmemente. Na pista, nomes como Casarini, Bittencourt, Bernardi, Tucano, Paulé, entre outros, começaram a ficar gravados na memória para nunca mais sair. Eram os amigos… que viraram ídolos e novamente amigos… quase irmãos de causa!
Lugar 3: Interlagos… mítico para qualquer um que gosta de motor, especialmente para quem vive em São Paulo… não tenho lembrança de ter frequentado a arquibancada. O pai logo passava para o lado de dentro da pista e ia para o box… e eu junto! As mesmas risadas, mas mesmas conversas, os cheiros… o zunido dos motores… a agitação dos boxes, a camaradagem… a adrenalina! Olhar a pista (ainda o circuito antigo) lá de cima do morro, era vislumbrar o Eden…
Lugar 4: O Parque do Ibirapuera… o zerinho… quanta moto… quanta gente bonita, e gente louca também: “Pai, olha aquele doido!” Malabarismos… o som dos motores, as mesmas rizadas, novos rostos… só moto bacana!
Lugar 5: O Campus da USP… de bicicleta… de moto… de carro, a famosa corrida de motocross perto da caixa d’água… a subida da mata… o enorme ralo em forma de funil acho que era atrás da engenharia… mais motos, mais amigos, mais risadas…
Lugar 6: A esquina do veneno… General vs Barão… ainda era do “Veneno”… logo depois virou “A Boca”… que lugar louco… quanta loja… quanta moto… quanto tudo… As rizadas, os cheiros, os sons… a boa malandragem na conversa… os melhores negócios!
Lugar 7: Centauro Motor Clube… a sala do sr. Eloi… “O cara”… era certamente um lugar diferente de todos… história, autoridade, esporte, organização, carisma… linha dura também, mas sorrisos sem fim e reuniões de trabalho que eu apenas imaginava… às vezes o pai ia para lá sozinho: “Não posso te levar hoje. Vamos ter uma reunião importante.” Na maioria das vezes eu podia ir… “Pode trazer o menino Carlão, deixa ele aqui… é bem educado seu filho. Ele não mexe em nada.” Dizia Eloi… e eu lá, de mãozinhas atrás das costas olhando tudo… as fotos, os troféus, os guardados… de vez em quando pedia: “Posso ver Tio Eloi?” Invariavelmente a resposta é, “Pode sim, Carlinhos!” (Carlãozinho viria um pouco depois, graças ao amigo Carlos Bittencourt e a “Turma do Carlão, em Alphaville)…
Infelizmente não tenho foto minha na sala do Eloi… mas segue abaixo uma dele com o mestre Milton Benite.
Nasci em São Paulo, capital, em 1965. Filho do Carlão e da Lídia Coachman, logo comecei a perceber as motos à minha volta. No início, aquelas pessoas que nos rodeavam, todos amigos do meu pai, eram apenas “tios” para mim. O que eu não tinha consciência, é que cresci rodeado de alguns dos maiores nomes da história do motociclismo brasileiro. Naquele tempo ainda não tinha a menor ideia de que o dentista, meu pai, estava escrevendo seu próprio nome na história e me colocando vagarosa, mas definitivamente, no esporte que transformaria minha vida.
Um dia meus pais resolveram se separar. Amigavelmente, é verdade, como deveria ser entre Carlão e Lídia. O que parecia ser inicialmente um enorme problema acabou se transformando, graças à esperteza da minha mãe, na principal razão para eu estar, até hoje, trabalhando, escrevendo, vivendo e respirando motocicletas. Ela achou por bem que eu começasse a trabalhar com ele no consultório, e que a motocicleta aos finais de semana seria o nosso esporte, de pai e filho. Graças a ela o Carlão acabou se tornando meu melhor amigo e a moto… bem… dá para entender o que significa para mim.
De lá para cá já trilhei com o pai, competi ao lado dele e por causa dele, acabei indo parar na imprensa especializada. A edição de Duas Rodas de Dezembro de 1982 publicou uma reportagem intitulada Dr. Coachman, mas podem chama-lo de Carlão, o treieiro. Durante a produção da matéria, em Alphaville, SP, fomos fotografar no já famoso Morro do Carlão. Os cliques certeiros de Mario Bock e o texto afiado de Roberto Araujo compuseram a matéria. Mas, foi justamente na seção de fotos que Roberto lançou o convite: “Não quer fotografar as motos fora de estrada para a revista? Não aguento mais colocar fotos do Josias (Silveira) encalhado, caindo, posando, fingindo. (risadas). Nas ruas ele se garante, mas na terra não dá. Como você ainda não tem carta (tinha 17 anos na época), fica com as motos de trilha. Depois vemos como fica.”
Aceitei na hora, claro. Depois, me pediu as primeiras opiniões. Depois me pediu para escrever… e corrigiu, corrigiu, e corrigiu… Um dia, me disse que a matéria seria minha, mas, ao receber o texto percebeu que eu ainda não estava pronto. Editou tanto que resolveu publicar tendo como autores Roberto Araujo e Carlãozinho Coachman. Até que chegou o dia de publicar meu primeiro teste assinando eu mesmo. Já agradeci ao Roberto inúmeras vezes, mas nunca é demais lembrar.
Desde aquele dia, até hoje, dediquei boa parte da minha vida a viver as diferentes facetas da motocicleta: de simples usuário a piloto de Trial, Enduro e Rally, modalidades às quais me dediquei bastante, especialmente as duas primeiras…
… jornalista, editor e diretor de redação…
organizador de eventos e cursos até chegar a trabalhar diretamente na importação e comercialização de diversas marcas.
Fui aos quatro cantos do mundo, sempre vivendo todas as facetas do negócio ou do esporte que só a motocicleta poderia me proporcionar, mas… a jornada ainda é longa!
Viver é mudar constantemente, e cá estou eu, de olho no futuro sim, como nunca, mas trabalhando incansavelmente para resgatar, manter e propagar a nossa história: A História da Motocicleta no Brasil.
Ainda há muito o que aprender, o que viver… e tanto ainda por fazer!
Motostory!
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Texto: Carlãozinho Coachman
Data: 09/08/2016
O ano era 2004 e estávamos em Belo Horizonte para a cerimônia de premiação da Confederação Brasileira de Motociclismo. Dias antes do evento recebi um telefonema do amigo Lincoln Miranda Duarte, então presidente da entidade. “Gostaria de prestar uma homenagem ao seu pai. Me ajuda?” Naquela época Carlão era o 2º Vice Presidente da CBM, eleito por aclamação e unanimidade, e Lincoln queria homenageá-lo por sua colaboração na introdução da pratica do Trial no Brasil. Eu, Carlãozinho Coachman, ex-piloto de Trial, era o Editor Chefe da revista Motociclismo e Gerente de Produtos da Motorpress Brasil Editora. Já fazia algum tempo que tínhamos implantado a premiação Moto de Ouro e dado início às homenagens aos personagens da nossa história.
Auditório repleto para a entrega dos prêmios nacionais daquele ano e presença maciça de pilotos, dirigentes, patrocinadores e personalidades. O Trial, propositadamente, ficou para o final da premiação. Carlão foi chamado ao palco como padrinho da entrega de prêmio aos campeões da temporada.
Troféus entregues e Lincoln pede que ele permaneça. Apagam-se as luzes e fotos antigas dele praticando Trial são mostradas no telão enquanto um bonito texto em sua homenagem era lido.
O Campeonato Brasileiro de Trial completava naquela data 18 anos e Carlão era reconhecido como personagem central na introdução da modalidade, ainda nos anos 70, e um de seus maiores incentivadores.
Aplausos de uma plateia lotada que, de pé, reverenciava o amigo mais velho. Carlão era figura conhecida de todos, pois militava desde os anos 70 na Federação Paulista de Motociclismo e na própria CBM, tendo começado sua participação nas entidades quando ainda eram comandadas por Eloi Gogliano, de quem foi grande amigo. Desde aquela época, aquele dentista apaixonado por motocicletas e motociclistas, dedicava boa parte de seu tempo a ajudar na organização do esporte. Apaixonado por gente e moto, passava praticamente todos os finais de semana ou sobre a moto, fazendo trilhas nos arredores de São Paulo, ou nos eventos, ajudando a organizar um pouco de tudo: Motocross, Trial, Motovelocidade, Rally, Enduro FIM e de Regularidade, seminários nacionais e internacionais (também era comissário da FIM – Federação Internacional de Motociclismo) entre muitas outras atribuições.
Não tinha naquele auditório quem não conhecesse o Carlão, mas, para minha surpresa, muitos não sabiam de sua ligação com o Trial. Justo com o Trial! Esta certo que aqui no Brasil e no Mundo, o Trial ainda é considerado por muitos uma modalidade menor em termos de projeção, mas não saber do envolvimento dele com a modalidade soou como um alerta. Estávamos no coração do motociclismo de competição brasileiro. Como não saber?
Naquela altura Carlão já lutava com uma deficiência renal aguda e as sessões de Hemodiálise aconteciam três vezes por semana. Morávamos no mesmo prédio no Itaim, em São Paulo. Ele com minha irmã e eu já casado, com a Karla. Era segunda feira e eu descansava em casa depois de mais um final de semana de trabalho. A campainha toca e entra o pai, cabisbaixo. Ops! O consultório estava fechado há alguns anos e a odontologia, outra de suas paixões, já não ocupava mais a vida diária. Com as mãos segurando o queixo, veio a bomba: “Filho, o que vou fazer da minha vida?”
Respirei fundo para não engasgar. Olhei para o meu pai, o amigo, o parceiro de vida, de tantas viagens, trilhas e competições, o herói. Afinal, se me conhecem como Carlãozinho até hoje, é por causa desta relação muito maior do que a de um pai e um filho. Respondi: “Calma! Você tem tanta coisa pra fazer. Como assim, o que fazer da minha vida?!?”
A falta da profissão e as limitações impostas pela hemodiálise estavam cobrando um preço alto. Foi uma conversa longa, emocionada, mas a verdadeira resposta para aquela pergunta não surgiu na hora. “O que fazer da minha vida?”… Aquilo soou como uma sirene de um carro do corpo de bombeiros pedindo passagem, mas a pergunta ficou no ar. Eu ainda estava sem uma resposta, uma meta para partilhar, um objetivo claro para propor para aquele homem de pouco mais de 60 anos, que clamava por ajuda.
Meu herói era um erudito. Apreciava e conhecia a boa música como poucos. Era capaz de falar por horas sobre Jazz, musica popular, (adorava chorinho) ou musica clássica, descrevendo autores, intérpretes, gravações e apresentações. A discoteca era composta por quase 1000 LPs (os famosos discos de vinil) com o melhor de cada tema. A biblioteca, com títulos em português, inglês, italiano, espanhol e francês, tinha um pouco de tudo, mas especialmente boas histórias e muito motor. Motores, automóveis, Formula 1, motocicletas e motociclismo eram seus temas preferidos. Não tinham segredos para ele.
O que propor então?
Na minha memória ainda estavam gravadas as palavras escritas por meu pai quando da morte de seu grande amigo Gualtiero Tognocchi: “Se eu soubesse metade do que ele esqueceu, eu seria um grande, um sábio.” Era assim que eu me sentia…
Poucos dias depois eu me dirigia para a editora para mais uma tarefa. Era uma das poucas vezes em que ia ao trabalho de carro, pois quase sempre estava de moto ou bicicleta. Freei abruptamente procurando por uma vaga para estacionar. Quase bati. Peguei meu celular e liguei pra ele. “Já sei. Vamos escrever um livro… ou melhor… você vai fazer um livro, um trabalho sobre a História da Motocicleta no Brasil… um livro de memórias… Mais tarde falamos sobre o assunto. Assim que eu chegar em casa passo ai.”
Foi um dia longo, lento e pouco produtivo, pois eu não via a hora de voltar pra casa. Naquela noite, um pouco mais calmo, conversamos sobre a ideia. Publicarmos um livro de memórias do Carlão, relatando sua relação com as motos, sua grande paixão. Era chegada a hora de contar esta história. Era necessário.
Não foi preciso muito para convencê-lo e os olhos voltaram a brilhar. “Vou fazer umas listas e ligar para uns amigos. Vou fazer listas de pessoas, eventos, acontecimentos, motos… listas de tudo. Vou começar umas conversas para ajudar a puxar na memória as lembranças, para ouvir de outros o que meus olhos viram ou meus ouvidos escutaram, mas que talvez a memória tenha escondido. Vamos fazer.”
Assim, Carlão passou 2005 recolhendo recordações, anotando, encontrando pessoas e até gravando algumas conversas, ao mesmo tempo em que a saúde se deteriorava rápido. No dia 4 de março de 2006, no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo, fui um dos responsáveis pela realização de uma etapa do Campeonato Mundial de Trial Indoor. Mais uma vez Carlão foi homenageado. No dia 11, em Buenos Aires, Carlão ganhou de presente o colete do Multi-Campeão Mundial da modalidade Doug Lampkin, uma deferência pelos serviços prestados ao Trial Latino Americano.
Em Abril de 2006, logo após completar 63 anos, foi preciso realizar uma ampla cirurgia. Os rins já não aguantavam mais. Depois de quase 30 dias hospitalizado, Carlão não resistiu. Foi no dia 22 de maio daquele ano e levaria consigo uma parte importante da história da motocicleta em nosso país. Ele, e tantos outros que partiram antes dele, ou depois, também levaram consigo memórias e guardados, um pedaço da história, deixando apenas uma certeza: tudo aquilo que não resgatarmos, guardarmos e levarmos adiante irá se perder.
Assim surgiu o projeto MOTOSTORY – A HISTÓRIA DA MOTOCICLETA NO BRASIL!, criado para celebrar a vida e as histórias daqueles que ajudaram a construir o 5º maior mercado de motocicletas do mundo. Uma epopeia que teve início nos primeiros anos do século XX, quando aportaram por aqui as primeiras motocicletas, e que segue até os dias de hoje, quando já somos mais de 25 milhões de usuários de motocicletas em todo país.
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Gabriel, por Gabriel Marazzi: Gabriel cresceu ligado aos motores. Primeiro os automóveis, desde pequeno já “testava” no quintal de casa os carros nacionais que seu pai Expedito trazia para teste na revista Quatro Rodas.
Expedito não. Sua ligação com as máquinas e tudo que se move a gasolina devia estar ligado aos genes. Rebelde, aos 15 anos se inscreveu escondido em uma corrida em Interlagos e, de tão bem que se saiu, seu pai ouviu suas façanhas no rádio e lhe tirou o seu querido MG. Ele não teve a sorte de ter tido um pai como o de Gabriel, mas fez a sua própria sorte.
Seguindo os passos do pai, que foi engenheiro, jornalista, piloto, instrutor de pilotagem de competição e muitas outras coisas, Gabriel conheceu as motocicletas aos 8 anos de idade, na época da invasão mundial das marcas japonesas.
Teve a sua primeira aos 11 e virou piloto aos 14. Aí não parou mais, entrou para o jornalismo especializado em 1976, na revista Auto Esporte, sempre com motos, passando pelas revistas Duas Rodas, Motociclismo Magazine e MotoMax. Atualmente tem uma coluna sobre motocicletas no iG, organiza encontros de motocicletas clássicas no Páteo do Marazzi e mantém uma oficina de restauração e customização de modelos antigos.
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Aos 7 anos já pegava a bicicleta e sumia por trilhas em Mairiporã, aos 13 pegava a moto dos amigos e dava umas voltas. Irmã mais velha de 3 irmãos homens e todos tiveram moto mas meus pais não permitiam que eu tivesse a própria moto, pois poderia me machucar e ficaria com cicatrizes. O tempo passou e a maneira que encontrei para me divertir foi iniciando um pedal noturno, guiado por mim. O único conduzido por uma mulher mas misto, com poucas regras, muita diversão e quando terminava ainda sentávamos no Bar Favela de onde começava e terminava o passeio e bebíamos e comíamos dando muitas risadas.
Em 2006 fui a primeira mulher a fazer o 1º Desafio Intermodal ( dia mundial sem carro ) veja o link:
http://www.apocalipsemotorizado.net/2006/09/21/desafio-intermodal-em-sao-paulo/
Depois disso, comprei uma scooter e fiz muitos passeios até o Guarujá e daí em diante foi só aumentando as cilindradas.
Então começaram as aventuras, bate volta e viagens…
Um dia andando pela 23 de maio escuto uma hornet se aproximando e com o medo constante que temos de ser assaltos pensei, ele tem que chegar ao meu lado para isso, então evitei que ele me alcançasse… Para minha surpresa ele estava apenas filmando quando se surpreendeu que era uma mina tocando a BMW, rssss http://youtu.be/-fMCtq2t2Ms
Depois disso conversando entre amigos, fui apresentada ao dono do aplicativo www.ridingskills.com.br, Marcos Pedroso, que me convidou para dar uma volta e fazer uma matéria sobre uma mulher pilotando, pois ele nunca havia andado com uma. E eis aqui a matéria:
http://www.ridingskills.com.br/paseio-com-a-cinthia/
Em seguida veio o convite do estadão se eu me interessaria em dar uma entrevista numa matéria com título Apaixonada por Motonas. Adorei, além da entrevista, fizemos fotos e filmagens
http://www.estadao.com.br/jornal-do-carro/noticias/motos,video-mulheres-em-duas-rodas,22961,0.htm
Organização do passeio do Dia da Mulher na Eurobike 2015
Foram 77 motos, com 50 mulheres entre pilotas e garupas, e a arrecadação de R$ 18.000,00 em prêmios sorteados para as participantes mulheres.
Matéria publicada na Globo –Sandra Annemberg, no programa “Como Será ?”
http://g1.globo.com/como-sera/noticia/2016/08/hoje-e-dia-de-andar-de-moto-mulheres-motoqueiras.html
Com tantos eventos e tanta informação no mundo das duas rodas decidi formar um grupo no facebook onde mais tarde incorporei o Abelha, grande e querido amigo cujo nome é: “Mascotinha Rider e Abelha“ que surgiu de passeio de fins de semana com amigos homens, onde por ser a única mulher que os acompanha acabei apelidada de Mascotinha do grupo. Hoje com menos de um ano tem mais de 3.000 seguidores.
A partir dai, ajudando na organização de eventos como o Motostory e conciliando ações direcionadas ao publico de duas rodas fui convidada pela Triumph Experience em outubro de 2016 a dar o primeiro TPM –Triumph para mulheres com 12 alunas, desde iniciantes até pilotas de motovelocidade que ficaram admiradas com o conteúdo, as dicas e o staff formado também por uma mulher.
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“Edson Lobo, nascido em São Paulo, SP, em 27 de dezembro de 1948, é um jornalista e fotografo com formação em Marketing. Foi executivo de grandes empresas nacionais e internacionais como Editora Abril, Shell, Dow Chemicals, Johnson & Johnson, Banco BCN e Fininvest, colaborou com inúmeras revistas brasileiras e trabalhou em projetos extremamente interessantes que existem até hoje.
Quando criança andava muito de bicicleta e já prendia as cartas de baralho na roda traseira para fazer de conta que era uma moto. Colocava um barbante na carta e puxava no guidão para “acelerar” ou “desacelerar”, aumentando ou diminuindo o barulho que ela fazia. Aos 13 anos um vizinho comprou uma Jawa 125 e sempre me levava para dar uma voltinha. Outro vizinho comprou uma Monareta e também era emprestada para uma voltinha. Aos 15 anos decidiu pedir um dinheiro emprestado para a mãe e comprou uma Gulivette usada. Dai em diante o alerta foi dado, mostrando que aquela era a paixão.
Sabia um pouco do que havia acontecido nos anos 50 e 60 com as motos grandes (HRD Vincent, Indian, Harleys etc) e as lambretas e vespas, mas estas haviam desaparecido. Detestava comparações com James Dean ou quando saiu o filme Easy Rider, pois sempre colocava a pecha de “motociclistas irresponsáveis e meio bandidos”!
Aos 19 anos comprou sua primeira moto “grande”, uma Gilera Giubileo 175 e não parou mais. Nos mais de 50 anos pilotando foram mais de 30 motos e outras tantas emprestadas por amigos ou para testes.
Nesses anos todos, muitas viagens longas aconteceram: Recife, Belo Horizonte, Montevidéu, Buenos Aires e deserto argentino, Baia Blanca, Bariloche, Paraguai, Chile ate o Atacama e três passagens pela Cordilheira dos Andes. Morando por 2 anos em Genebra, na Suíça, pôde fazer viagens ao norte da França, mas principalmente nos Alpes suíços. Naturalmente, sendo paulistano, rodou quilômetros e quilômetros nos Estados de São Paulo e Paraná.
Nunca foi de ficar conversando sobre parte técnica das motos, o mais importante era potencia, economia, conforto e capacidade para viajar muito longe. Ainda tem grandes planos para longas viagens.
Durante esses anos, fazia matérias como freelancer para revistas e jornais, tendo parceiros como Expedito Marazzi, Emilio Camanzi, Yllen Kerr e depois a nova geração. Roberto Araujo deu a primeira oportunidade de publicar sua viagem ao Chile na revista Duas Rodas. Conheceu Milton Benite, Adu Celso, Jacaré, Ramon Macaya, Celso Gianinni, os irmãos Tognocchi, Eduardo Luzia e muitos outros. Tite Speedmaster já na nova geração.
Durante esse período, viu marcas aparecerem no Brasil, como Benelli, Suzuki, Aermacchi Harley Davidson, Triumph, Norton, Guzzi, Laverda, MV Agusta, Harley Davidson, Yamaha, Kasinski e muitas outras, além da chegada da Honda no Brasil, incluindo depois um Centro de Pilotagem sensacional. Tinha uma tal de BMW que era vendida em loja de automóvel na Av. Paulista e somente muitos anos depois é que se firmou como loja de moto.
Nessa época, os mitos eram Edgard Soares, Felipe Carmona, Luiz Latorre e José Carvalho. O grande companheiro era o Paulo Lafer de Jesus *, mais conhecido como Polé. Trabalhavam juntos na revista Realidade, eram apaixonados por motos e ambos tinham uma Gilera Giubileo 175. No horário de almoço ou nas manhãs de sabado, perambulavam pela rua General Osorio, Barão de Limeira, a famosa “boca das motos”, sempre buscando novidades e revendo amigos. Os mecânicos Antonio Claret Costa, conhecido como Calé e o Victor Macaya, da antiga Moto Mavi, eram os “consultores”, sendo que o Victor normalmente ficava com as motos para os devidos ajustes.
No inicio dos anos 70 começou a juntar os novos motociclistas na Rua Augusta, em frente ao barzinho Mondo Cane (famoso pelos seus drinques e copos grandes) e ai foi conhecendo o José Augusto Rodrigues da Silva, Esdras Azevedo Neto, Diogo Talocchi, Ricardo Almeida, Jobal e muitos outros ao longo do tempo. O normal era ficar conversando e depois fazer passeios leves, tipo ir até Itapecerica da Serra, Embu, Cantareira, etc. Ainda era começo e muitos esqueciam casacos e como não era obrigatório capacete, o frio do final de tarde pegava de jeito. Um tal de sair pedindo jornal para colocar dentro da camisa ou camiseta!
Lugares como Mondo Cane, Barzinho Piu Piu, Bolinha, Pandoro, Café Concerto no Ibirapuera, das noites no Rick Store, Well´s da Augusta, Brunella dos Jardins, Jack in The Box na Praça Panamericana e de madrugada na Serra de Santos pela Via Anchieta para tomar um café na Ilha Porchat ou simplesmente ir ao Aeroporto de Congonhas para um café e muita farra.
Um dia, comprou um Honda CB 750, tirou da loja, passou em casa para mostrar à família e só foi parar em Curitiba para comer, dormir, abastecer e voltar no dia seguinte! Uma excitação só!
Numa das empresas americanas que trabalhou, era proibido o executivo ter moto. O negócio foi combinar com o zelador do prédio vizinho para deixar a moto e o capacete, saindo para a rua com terno e gravata arrumadinhos! Quando chovia era um perrengue!
Ao conhecer o Carlãozinho Coachman e o projeto Motostory foi a oportunidade de desengavetar todo acervo fotográfico, revistas, catálogos, manuais, tudo relacionado ao Motociclismo e colaborar para a produção da História do Motociclismo no Brasil, um projeto fantástico, será um marco histórico. Nas mãos competente do Carlãozinho, uma pessoa altamente criativa e de iniciativa, o Motostory ficará para a posteridade tão logo as várias etapas do projeto se concretizem.
Motocicleta é paixão, difícil definir as sensações como se tem numa viagem, a liberdade e a curtição da potência, ruído, mobilidade. Hoje se percebe que são poucos motociclistas que realmente apreciam andar de moto e respeitam as limitações e leis de transito, o que faz o número de acidentes crescer ano a ano.
Apesar do número crescente de motos no país, muitos motociclistas utilizam a moto para trabalhar e com isso não se preocupam com uma pilotagem segura, não aprendem a respeitar a moto e seus limites. Daí o grande número de acidentes.
Uma coisa é certa: não existe explicação ou definição de um passeio de moto para quem é apaixonado por duas rodas!
Edson Lobo, fotógrafo, jornalista e consultor de Marketing e Negócios, julho 2016.
Contato: [email protected]
]]>Não sei se aos 9 anos de idade uma criança pode identificar esse sentimento claramente, porém, meu coração sentia uma atração e certeza incontroláveis de que eu queria uma moto para mim, e fazer tudo aquilo que os outros faziam. Desde então essa emoção nunca mais me deixou, habita minhas veias…
… Perdi a conta de quantas motocas tive, afinal, são 42 anos em cima de duas rodas. São minhas companheiras para todos os momentos : lazer , me levando a lugares incríveis ou no trabalho árduo. Até mesmo quando estava em viagens fora do Brasil, sempre dei um “jeitinho” de arrumar uma motoca para dar um passeio e fazer “mototerapia”- vento na cara.
Caso continuasse aqui escrevendo tenho certeza que teríamos um livro de um autor apaixonado por essa máquina chamada Motocicleta. Máquina temida por muitos, porém, não por mim, que tenho domínio sobre ela em minhas mãos. Não por que conheça a palavra medo, mas sim, limite.
Em 1979, tínhamos uma turma de amigos motociclistas, no bairro de Campo Belo, onde surgiu meu apelido “ABELHA”. Muitas pessoas me perguntam de onde surgiu esse apelido, justamente por poucos saberem que ele veio de uma RX 80 com escapamento Sarachu que eu pilotava com paixão.
Essa época será inesquecível, tão marcante que até hoje sinto o cheiro de óleo dois tempos em minhas narinas….(risos)
Por isso sou um MOTOSTORY eternamente
Abelha Braaaaap!!!
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